O ciclone extratropical que está atingindo o Sul do país nesta semana já provocou várias tragédias em diversos estados brasileiros neste ano.
São Paulo, Santa Catarina, Acre, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul foram os locais que mais sofreram com a passagem do fenômeno.
Somente nesta segunda-feira (4/9), foram registrados 22 mortes e estragos no Sul devido ao temporal. Nas cidades de Passo Fundo e Água Santa, o volume das chuvas registraram respectivamente 291,6 mm e 221,6 mm nas 72 horas iniciais da tempestade.
Ciclone extratropical
Um novo ciclone extratropical se formou na segunda-feira (4) no sul do Brasil, provocando grande volume de chuva, rajadas de vento e até queda de granizo no Estado do Rio Grande do Sul.
O fenômeno teve origem em um sistema de baixa pressão, se deslocando em direção ao oceano, ganhando intensidade e provocando chuvas intensas.
Desde a chegada do ciclone, a Defesa Civil emitiu alerta de temporais, enxurradas e inundações gradativas.
O governo estadual chegou a informar que ao menos 21 mortes foram registradas em decorrência ao mau tempo e que ainda milhares de pessoas ficaram desabrigadas.
Uma vítima fatal foi na cidade de Passo Fundo, que faleceu após levar um choque elétrico devido ao alagamento em sua residência. Outros três óbitos foram confirmados nas cidades de Ibiraiaras e Mato Castelhano, onde as vítimas tentaram atravessar as enchentes dentro de veículos.
Posicionamento do governo
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que este é o quarto evento climático severo que atinge o estado desde junho deste ano. Ele lamentou cada uma das mortes e afirmou que a prioridade, neste momento, é evitar outras perdas humanas.
“Os esforços estão concentrados em salvar vidas, no resgate e na proteção das pessoas. Desde as 7h da manhã, assim que houve condições de voo, os helicópteros do governo do Estado se mobilizaram para fazer os resgates nas comunidades mais afetadas, especialmente na região do Vale do Taquari”, destacou o governador.
O presidente Lula (PT), afirmou que o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e um representante da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil viajarão ao Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (6/9) para ajudar no que for necessário.
“Onde tiver um problema, o governo federal estará lá para ajudar as pessoas a se salvar desses problemas. Portanto, nossa solidariedade ao povo gaúcho. Peço a Deus que diminua a chuva porque as pessoas precisam ter paz, tranquilidade e sossego para continuar vivendo bem, trabalhando e curtindo a vida como é de direito de todo mundo”, destacou o presidente.
Regiões do país afetadas por ciclones em 2023
As intensas chuvas estão causando estragos este ano em diferentes regiões do país, cenário que está sendo influenciado devido as mudanças climáticas que alteram os regimes de chuva no Brasil.
Ao menos 16 pessoas morreram no Rio Grande do Sul durante a passagem do ciclone no final de junho para julho e 16 mil ficaram desalojadas.
Em São Paulo, foi registrado 683 mm de chuva entre os dias 18 e 19 de fevereiro e ocasionando 64 mortes. Já no Rio de Janeiro, especificamente em Niterói, durante o carnaval, seis pessoas morreram em decorrência as grandes tempestades.
Na metade de junho em Santa Catarina, na cidade de Praia Grande, o estado chegou a decretar estado de emergência após 70 pessoas ficaram desabrigadas.
No Acre, mais de 21 mil pessoas tiveram que deixar as residências após a formação de grandes enchentes que começaram no fim de março. Com a situação, seis cidades decretaram situação de emergência, sendo: Rio Branco, Assis Brasil, Brasileira, Brasileira, Epitaciolândia, Xapuri e Sena Madureira.
Na Bahia, as fortes chuvas foram no mês de abril, deixando bairros inundados, aldeias indígenas isoladas e mais de 5 mil desabrigados. Já em Alagoas, a cidade mais afetada foi Marechal Deodoro, onde 3.016 pessoas foram retiradas de sua residência e 22 municípios declararam estado de emergência.
Por fim, em Pernambuco, houve registro de deslizamentos de terras em Olinda no mês de fevereiro e três meses depois um temporal ocasionou alagamento nas cidades do Grande Recife e da Zona da Mata Sul. Em julho, o temporal se repetiu e mais de 2 mil pessoas ficaram desabrigadas.