O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) realizou a segunda reunião com órgãos federais para discutir as perspectivas das previsões climáticas de 2025 e o risco de incêndios florestais.
Durante o evento, foram apresentadas análises sobre o cenário meteorológico e hídrico, além do prognóstico para a seca e o risco de queimadas nos biomas brasileiros nos próximos meses. Essas informações irão guiar as ações do MMA e suas entidades vinculadas no combate ao desmatamento e incêndios em 2025.
Previsão sobre condições climáticas

As previsões continuam apontando para temperaturas acima da média em várias regiões do Brasil, especialmente no Norte e Centro do país. O fenômeno La Niña, que normalmente causa chuvas mais intensas nessas áreas, deverá ser menos intenso e durar menos do que o habitual.
Por isso, os especialistas alertam para a possibilidade de incêndios na Amazônia, embora com menor gravidade do que em 2024, além da expectativa de agravamento da seca no Cerrado e Pantanal.
Entre as iniciativas para prevenir e combater as queimadas em 2025, destaca-se a portaria assinada pela ministra Marina Silva no final de março, declarando emergência ambiental em áreas e épocas específicas de risco elevado para incêndios florestais.
O documento define as regiões mais vulneráveis e os períodos críticos, permitindo a contratação emergencial de brigadistas federais, e orienta os estados a priorizarem ações preventivas.
O MMA, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) já planejam o uso de 231 brigadas federais: 116 do Ibama, com 2.600 brigadistas, e 115 do ICMBio, com 1.758 brigadistas, além de 250 servidores permanentes. O total de profissionais chega a 4.608, representando um aumento de 25% em relação a 2024.
- Meio ambiente: Veja a previsão do tempo para o Outono de 2025 no Brasil
Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo

Em março, o Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo (Comif) aprovou uma resolução com diretrizes para a elaboração de Planos de Manejo Integrado do Fogo (PMIF), tanto em nível público quanto privado. O objetivo é envolver diferentes atores no controle e mitigação das queimadas.
Os PMIFs serão obrigatórios para as Unidades de Conservação de risco e propriedades rurais onde se realizam queimadas controladas com fins agropecuários.
Os estados têm até dois anos para elaborar seus planos, que devem cobrir todo o território ou as regiões mais vulneráveis a incêndios. Municípios, territórios indígenas e áreas críticas também serão incentivados a criar seus próprios planos.
A estratégia está inserida na Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que foi aprovada em julho de 2024, após seis anos de discussões no Congresso Nacional. Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a política já está em vigor em 2025, fortalecendo a colaboração entre estados, municípios e a iniciativa privada.
Além disso, o governo continua coordenando ações interministeriais, com a criação da Sala de Situação, que reúne 19 ministérios e órgãos para monitoramento, resposta e liberação de recursos, sob a coordenação da Casa Civil.
Outro avanço importante é o apoio do Fundo Amazônia, que destinou R$ 405 milhões para fortalecer os Corpos de Bombeiros de estados como Pará, Amapá, Amazonas, Roraima, Maranhão e Mato Grosso. Cada estado receberá R$ 45 milhões, e Acre e Rondônia também serão beneficiados com operações contratadas no valor de R$ 21,7 milhões e R$ 34 milhões, respectivamente.