A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu as iniciativas para restauração da Mata Atlântica como um dos 10 esforços pioneiros para reavivar o mundo natural em todo o globo.
O trabalho do Pacto Trinacional da Mata Atlântica, que ajuda a preservar os habitats de inúmeros animais ameaçados de extinção, como a onça-pintada, foi condecorado como uma das Iniciativas de Referência da Restauração Mundial, que mostram como os defensores do meio ambiente estão recuperando os prejuízos causados aos ecossistemas. Além disso, somente a atividade humana alterou, significativamente, três quartos das terras do planeta e dois terços do mundo marinho, colocando um milhão de espécies em extinção.
O Pacto Trinacional da Mata Atlântica foi anunciado enquanto lideranças globais se reuniam para a Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP15), que acontece entre os dias 7 e 19 de dezembro deste ano, em Montreal, Canadá. No evento, governos do mundo todo deverão debater metas para a natureza a serem aplicadas na próxima década. Inclusive se espera medidas globais para a restauração dos ecossistemas.
A Mata Atlântica é muito conhecida por suas variedades de paisagens, que vão desde pântanos à florestas montanas e está presente em países como Argentina, Brasil e Paraguai. Durante séculos, esse bioma se viu ameaçado pela exploração madeireira intensiva e de expansão agrícola, como também, os animais que habitam ali. Além disso, a Mata Atlântica é lar de animais como a onça-pintada, o gato-maracajá, o bugio-preto e o mico-leão-dourado, todas espécies ameaçadas de extinção.
- Agromercado: Ministério da Agricultura intercepta 49 toneladas de uva-passa contaminada na fronteira do Brasil
Esforço coletivo para restauração da Mata Atlântica
Como forma de salvar a floresta, defensores no Brasil, Argentina e Paraguai promoveram durante três décadas a conservação das espécies envolvendo, também, as comunidades locais em suas ações. Em São Paulo, por exemplo, após a cidade ser atingida por uma grande seca, um grande mobilização foi feita para restaurar importantes bacias hidrográficas ao redor do município.
Os esforços já ajudaram cerca de 154 milhões de pessoas na região destes países sul-americanos aumentando as oportunidades de emprego, como também a segurança alimentar e o abastecimento de água. Os trabalhos ainda tem incentivado as comunidades a lutar contra a mudança climática e espera-se que, até 2050, os três países restaurem 15 milhões de hectares de floresta degradada.
De acordo com a diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen, “em todo o mundo, nossas florestas estão sitiadas e a restauração da Mata Atlântica, por meio do envolvimento das comunidades locais, é um poderoso lembrete de que a natureza pode curar quando se dá uma chance e proporcionar enormes benefícios no processo”, defende.