O Brasil está à frente de uma iniciativa considerada histórica para a conservação ambiental. Trata-se do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Fund – TFFF), previsto para ser lançado oficialmente durante a COP30, em Belém.
O mecanismo pretende remunerar países que mantêm suas florestas preservadas, transformando a conservação em ativo econômico de valor permanente.
Fundo Florestas Tropicais para Sempre

Ao todo, mais de 70 nações em desenvolvimento com áreas de floresta tropical poderão acessar os recursos do fundo, que é apontado como um dos maiores já criados no cenário multilateral.
A proposta parte do princípio de que ecossistemas como a Amazônia, a Mata Atlântica, as florestas do Congo e do Mekong/Borneo são vitais para a regulação climática, a manutenção da biodiversidade e a qualidade de vida em escala global.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que o TFFF simboliza uma mudança na relação entre desenvolvimento econômico e natureza.
O assessor especial do MMA, André Aquino, reforçou que as florestas tropicais concentram mais de 80% da biodiversidade terrestre e são fundamentais para a estabilidade climática.
Além de ressaltar o protagonismo brasileiro, o embaixador Mauricio Lyrio, do Itamaraty, avaliou que o lançamento do fundo na COP30 reforça o papel do Sul Global na construção de soluções multilaterais.
Origem e recursos

A ideia foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na COP28, em Dubai, em 2023. Desde então, Brasil, Colômbia, Gana, República Democrática do Congo, Indonésia e Malásia integram o grupo fundador. Entre os potenciais financiadores estão Alemanha, Emirados Árabes Unidos, França, Noruega e Reino Unido.
A expectativa inicial é de que os países investidores garantam um aporte de US$ 25 bilhões, com capacidade de atrair até US$ 100 bilhões adicionais do setor privado.
O mecanismo deve assegurar cerca de US$ 4 bilhões anuais para a preservação, quase três vezes mais do que o volume atualmente direcionado globalmente à proteção das florestas tropicais.
De forma inovadora, os repasses serão contínuos e previsíveis, dando aos países uma base de financiamento estável para políticas ambientais de longo prazo.







