O novo relatório anual de referência apontou que o limite do aquecimento global estabelecido pelos líderes mundiais no Acordo de Paris em 2015 poderá ser ultrapassado em apenas sete anos.
A informação foi divulgada nessa terça-feira (5/12) durante a conferência da ONU sobre o clima (COP28).
Previsão do aquecimento global para os próximos anos

Os cientistas do Global Carbon Projet ressaltaram que é inevitável que o limiar de 1,5°C para o aquecimento global seja ultrapassado “de forma consistente ao longo de vários anos” e para que isso aconteça, é estimado um limite de nove anos.
Conforme o estudo, as emissões de CO2 na atmosfera, que são resultados da utilização de carvão, gás e transportes, devem atingir um novo recorde em 2023, com um total de 40,9 milhões de toneladas (GtCO2).
“Se a gente começar a emitir tanto quanto um americano, não vamos conseguir sair dessa situação e caminharemos para um aquecimento de 4°C”, alertou o físico Philippe Ciais.
Mesmo com os 26 países estarem realizando esforços para reduzir as emissões de combustíveis fósseis, que representem 28% das emissões globais, sendo principalmente a União Europeia (-7,4%) e os Estados Unidos (-3%), ainda não é o suficiente, pois as emissões de CO2 deverão aumentar em nível mundial, especialmente na índia (+8,2%) e na China (+4%).
Redução rápida das emissões

De acordo com o professor e climatologista britânico Pierre Friedlingste, os líderes reunidos na COP28 deverão chegar a um acordo sobre uma redução rápida das emissões de combustíveis fósseis para manter o objetivo de 2°C.
“As medidas pra reduzir as emissões de carbono provenientes de combustíveis fósseis continuam a ser dolorosamente lentar e o tempo que nos resta até o limiar de +1,5°C está diminuindo rapidamente, por isso temos de agir agora”, destacou.
Ainda foi publicada nessa terça-feira a última versão do projeto de texto final que deixa diversas opções em cima da mesa, mostrando a divergência de opiniões sobre o assunto e as negociações intensas entre os países.
O texto-chave que figuram em 24 páginas as diferentes opções dos 200 países que negociam em Dubai, será a base de discussão na adoção de um documento final que deve ser apresentado no dia 12 de dezembro deste ano.
O documento poderá ainda ser a primeira “revisão global” do Acordo de Paris de 2015, em que poderá ficar decidido um afastamento dos combustíveis fósseis ou o assunto ser evitado mais uma vez.