O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Banco do Brasil anunciaram nessa terça-feira (20) uma nova ação voltada à capacitação de agentes de crédito rural com foco na sociobioeconomia, voltada especialmente para as regiões da Amazônia Legal e do Cerrado.
A proposta visa fortalecer o acesso ao crédito por agricultores familiares, comunidades tradicionais e povos indígenas, respeitando suas formas de produção e organização.
Sociobioeconomia da amazônia

A expectativa é que mais de 3,5 mil famílias sejam alcançadas pela iniciativa, que estima um potencial de liberação de crédito de até R$ 200 milhões.
A ação conta com o apoio do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Instituto Clima e Sociedade (iCS), e busca qualificar agentes de crédito para atuarem também como multiplicadores de educação financeira junto às comunidades locais.
Segundo Carina Pimenta, secretária nacional de Bioeconomia do MMA, a capacitação específica desses profissionais é essencial para que os recursos financeiros disponíveis possam, de fato, alcançar quem está na base da sociobioeconomia. Ela ressalta que o desafio atual está mais na distribuição do crédito do que na falta de recursos, apontando a necessidade de estruturas que dialoguem com as realidades dos territórios.
Para garantir essa proximidade, os agentes serão escolhidos prioritariamente entre pessoas que vivem próximas às comunidades atendidas. De acordo com a secretária, esse modelo favorece tanto as comunidades, que passam a conhecer melhor as linhas de crédito disponíveis, quanto os agentes, que recebem apoio para implementar políticas públicas voltadas à sociobioeconomia.
A formação está inserida no Programa de Formação em Sociobioeconomia e Agroecologia para Agentes de Crédito Rural (PFSA), lançado em fevereiro deste ano pelo MMA e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
José Sasseron, vice-presidente de Negócios de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, afirmou que a parceria contribui para um modelo de desenvolvimento que considera os aspectos sociais, ambientais e econômicos dos territórios.
Adesão de políticas públicas

O programa também pretende facilitar a adesão a políticas públicas como o Pronaf, além de abordar temas como o planejamento produtivo familiar, tecnologias sustentáveis, agroecologia, inclusão de jovens e mulheres, e fortalecimento de cooperativas e associações.