Pequenas áreas úmidas, muitas vezes invisíveis nos mapas e no planejamento ambiental, estão recebendo atenção internacional graças a um estudo liderado pela pesquisadora Dra. Suelma Ribeiro Silva, do Centro Nacional de Pesquisa em Biodiversidade e Restauração Ecológica (CBC/ICMBio).
O Policy Brief “Small Wetlands: Their importance and strategies for effective conservation” foi publicado pela Convenção de Ramsar sobre Zonas Úmidas e reúne contribuições de cientistas de países como França, Canadá, China, Austrália e Nova Zelândia.
Pequenas áreas úmidas

Segundo a especialista, esses ecossistemas, mesmo quando menores que 8 hectares, têm papel central no equilíbrio ambiental. No Brasil, essas regiões ainda não contam com um mapeamento completo, embora estejam presentes em biomas variados, do Cerrado à Amazônia, passando pela Caatinga e Pantanal.
O estudo destaca que as pequenas áreas úmidas funcionam como “ilhas de vida”, conectando habitats, oferecendo refúgio para espécies raras e endêmicas, auxiliando na recarga de aquíferos e na purificação da água. Elas também ajudam a mitigar impactos de eventos climáticos extremos, absorvendo excesso de chuva e prevenindo inundações.
Apesar de sua relevância, esses ecossistemas enfrentam ameaças crescentes, como urbanização, poluição, desmatamento, incêndios, espécies invasoras e mudanças climáticas.

O Policy Brief propõe medidas concretas para proteção e valorização dessas áreas. Entre elas estão a inclusão nos inventários nacionais, parcerias com comunidades locais, povos indígenas e organizações civis, além de incentivos financeiros e fiscais para quem contribui para sua conservação ou restauração.
O documento também recomenda integrar conhecimento tradicional e ciência cidadã ao monitoramento desses ecossistemas e fortalecer campanhas de conscientização sobre sua importância para o clima, a biodiversidade e a segurança hídrica.







