O fortalecimento das ações de restauração ambiental no Brasil, com o engajamento do setor privado, marca um passo decisivo rumo à neutralidade de carbono.
A avaliação é do secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco, que destacou o tema durante o seminário “Florestas como vetor de um novo desenvolvimento”, promovido nesta sexta-feira (10) pelo BNDES, no Rio de Janeiro.
Restauração ambiental

Segundo Capobianco, a restauração florestal, somada ao pacto nacional para zerar o desmatamento até 2035, compõe o eixo central da nova meta climática brasileira (NDC) no âmbito do Acordo de Paris.
O compromisso prevê reduzir entre 59% e 67% as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035, em relação aos níveis de 2005.
Ele ressaltou que o país já vem obtendo resultados expressivos na contenção do desmatamento, com queda de cerca de 46% na Amazônia entre 2022 e 2024, além de reduções observadas em todos os biomas.
Capobianco defendeu que a agenda de restauração, além de ambientalmente necessária, tem mostrado viabilidade econômica e atratividade para o setor produtivo.
Um dos exemplos citados foi a chamada pública de R$ 150 milhões do Fundo Amazônia, lançada em abril pelo MMA e pelo BNDES, em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas e a Funai, voltada à restauração ecológica em terras indígenas.
O secretário também destacou que a estabilidade institucional e a continuidade das políticas públicas, garantidas, segundo ele, pelo atual governo, têm sido fatores determinantes para atrair novos investimentos.
Entre as iniciativas que fortalecem essa agenda, Capobianco mencionou o programa Eco Invest, que promove leilões voltados à bioeconomia, à indústria verde e às finanças sustentáveis. Nas duas primeiras edições, o programa já mobilizou mais de R$ 75 bilhões, sendo R$ 46 bilhões provenientes de investidores estrangeiros.