Depois de dois anos em queda, o abate de bovinos cresceu em 2022 chegando a 29,80 milhões de cabeças, um aumento de 7,5% ou de 2,09 milhões de cabeças a mais que 2021, segundo dados da Estatística da Produção Pecuária, divulgada na quarta-feira (15/3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Essa retomada aconteceu com a alta de 19,1% do abate de fêmeas. “Depois de um período de retenção das vacas para procriação, seguido pela entrada dos bezerros no mercado e sua consequente desvalorização com aumento da oferta, as fêmeas começam a ser destinadas ao abate”, explica o analista da pesquisa, Bernardo Viscardi.
O Estado do Mato Grosso segue liderando o ranking brasileiro no abate de bovinos em 2022, com participação de 15,8%, na sequência vem São Paulo com 11,5% e Mato Grosso do Sul com 11,0%. Goiás é o quarto maior produtor do país representando 9,9% do total.
Abate de bovinos em Goiás tem a maior queda do Brasil
Nos cálculos do IBGE, o estado de Goiás registrou 2,9 milhões de cabeças abatidas em 2022, 0,8% menor que em 2021, por conta da redução de 16% no quarto trimestre em relação ao terceiro trimestre de 2022, a maior queda do Brasil país.
Em relação ao quarto trimestre de 2021, a queda foi de 8,8% também a maior dentre os estados do país.
Consumo alto favorece mercado de suínos
O abate de suínos foi recorde na série histórica, com 56,15 milhões de cabeças abatidas, aumento de 5,9% na comparação com o ano de 2021, sendo um novo recorde.
A carne suína tem um custo menor e é mais acessível do que a carne bovina. Para os especialistas do IBGE, a indústria de suínos tem trabalhado com cortes fáceis de preparar, o que ajuda a elevar o consumo interno e também das exportações que aumentaram, inclusive nos principais compradores da carne brasileira como China, Vietnã e Filipinas.
Santa Catarina é o estado que lidera o ranking de abate de suínos em 2022, com 28,5% do abate nacional, seguido do Paraná que tem 20,4% e do Rio Grande do Sul com 17,3%.
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Demanda cresce no mercado de frangos
O abate de frangos também foi beneficiado com a alta demanda no mercado interno, já que é a proteína que as pessoas tem mais acesso, substituta da carne bovina. O mercado que ficou estável em 2022 é o segundo melhor da série histórica, atrás apenas de 2021.
Nas exportações, a gripe aviária que afetou em maior grau o Hemisfério Norte ajudou a impulsionar a venda de carne de frango do Brasil. Com a crise, o Brasil, que já era o maior exportador de carne de frango do mundo, se consolidou ainda mais nessa posição.
Paraná segue liderando com folga o ranking dos estados no abate de frangos em 2022, com 33,5% de participação, Rio Grande do Sul vem em segundo lugar com 13,4% e Santa Catarina em terceiro com 13,1%.