O Brasil atingiu, em 2025, um novo avanço sanitário na pecuária ao obter da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) o reconhecimento de país livre de febre aftosa sem vacinação.
O resultado consolida mais de seis décadas de ações técnicas e de fiscalização coordenadas pela Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura e Pecuária, e posiciona a produção nacional em um patamar mais elevado de exigência sanitária, com impactos diretos sobre o acesso a mercados internacionais de maior rigor.
Avanço sanitário na pecuária

Ao longo do ano, a atuação da Secretaria também se destacou em áreas estratégicas ligadas à vigilância e à cooperação internacional.
Durante a COP 30, realizada em novembro, em Belém (PA), a SDA teve participação direta na coordenação de painéis técnicos nas áreas dedicadas ao debate climático e agropecuário, além de intensificar as ações de fiscalização em aeroportos, embarcações e terminais de carga.
Nesse período, todos os voos internacionais passaram por inspeção agropecuária, como parte do reforço às medidas de prevenção sanitária.
No comércio exterior, as ações da Secretaria contribuíram para a ampliação da presença brasileira em mercados estratégicos. Houve habilitação de novos estabelecimentos para exportação à União Europeia e a realização da primeira exportação de limão-taiti brasileiro ao bloco com certificação eletrônica de conformidade, emitida pela Vigilância Agropecuária Internacional no Aeroporto Internacional de Guarulhos, marco para a modernização dos processos de controle.
Na área de sanidade animal, entre maio e julho, a SDA coordenou medidas técnicas e de fiscalização diante de registros de adoecimento e mortes de equinos em estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Alagoas.
Os casos foram associados ao consumo de rações produzidas por uma empresa específica e mobilizaram unidades do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, além de ações de fiscalização em fábricas, pontos de distribuição e locais de alojamento dos animais. O trabalho incluiu análises laboratoriais, cooperação com universidades e acompanhamento técnico dos casos.
Sanidade aviária

Já na sanidade aviária, após a confirmação do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade em granja comercial no país, em maio, a Secretaria liderou as ações de contenção, com medidas imediatas de desinfecção, rastreamento e eliminação preventiva de produtos sob risco, controle do trânsito de animais e comunicação contínua com a sociedade e parceiros comerciais.
Encerrado o período de vazio sanitário, o Brasil notificou oficialmente a OMSA e recuperou, em cerca de um mês, o reconhecimento internacional de país livre da doença.
No campo vegetal, o controle da mosca-da-carambola foi reforçado com a atualização das normas de vigilância, contenção e erradicação da praga quarentenária nos estados do Amapá, Roraima e Pará. As medidas buscam reduzir riscos à produção e preservar o status fitossanitário brasileiro.
Também em 2025 teve início a implementação do Novo Processo de Importação, voltado à modernização e integração dos controles agropecuários no comércio exterior. A iniciativa estabeleceu novos procedimentos administrativos no Portal Único de Comércio Exterior, alinhados às políticas nacionais de facilitação do comércio.
No âmbito da certificação sanitária internacional, o país atualizou dezenas de certificados para atender a ajustes regulatórios, incluindo adequações às normas da União Europeia, ao novo status sanitário em relação à febre aftosa e a situações específicas relacionadas à influenza aviária e à doença de Newcastle.
Além disso, foi retomado o sistema de pré-listagem para exportações de carnes de aves e ovos ao mercado europeu, permitindo que as habilitações sejam conduzidas diretamente pelo serviço oficial brasileiro e reduzindo a necessidade de auditorias presenciais por parte das autoridades estrangeiras.







