Casos recentes de raiva em bovinos na região de Água Fria de Goiás voltaram a acender o alerta sobre a presença de morcegos hematófagos e os riscos associados à transmissão da doença em rebanhos.
A confirmação da morte de dois animais por raiva entre os dias 29 de julho e 1º de agosto motivou uma força-tarefa voltada à identificação de abrigos, captura de morcegos e orientações aos produtores locais.
Casos de raiva em bovinos

Com base na Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), durante os trabalhos de campo, foram localizados dois abrigos de morcegos. Em um deles, as amostras testaram negativo para o vírus, mas o segundo, situado em local de difícil acesso, exigiu abordagem noturna com uso de redes especiais, o que possibilitou a captura dos animais.
Os morcegos foram tratados com pasta vampiricida, método que contribui para o controle populacional da espécie, sem causar desequilíbrio ambiental.
As ações integram o Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH), que busca conter a disseminação da doença, considerada uma zoonose grave e letal.
Transmissão do vírus

O vírus, transmitido principalmente pela saliva de morcegos-vampiro, pode atingir diferentes espécies de herbívoros, como bovinos, equinos, caprinos e ovinos, além de representar risco à saúde humana.
A raiva pode circular em diferentes ciclos epidemiológicos, sendo urbano (entre cães e gatos), silvestre (envolvendo animais como raposas), aéreo (entre morcegos) e rural, que afeta diretamente os animais de produção.
A vigilância constante e as medidas de controle em campo são essenciais para prevenir prejuízos econômicos e proteger a saúde pública e animal.