A confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), enviou um ofício ao Ministério da Agricultura solicitando apoio aos pecuaristas de corte e de leite.
No documento, a entidade pede a prorrogação de prazos de pagamento de custeio e investimento, linha de crédito para capital de giro e renegociação de dívidas que já foram vencidas.
Apoio da CNA
A confederação por meio do documento destacou que nos ciclos 2021/2022 e 2022/2023 e durante os primeiros meses da temporada 2023/2024, os empréstimos em linhas de custeio pecuário somaram R$ 121 bilhões. Os recursos também foram utilizados para aquisição e manutenção de rebanhos.
Como forma de justificação, a CNA alegou que o suporte aos pecuaristas é necessário devido a redução dos preços no mercado e o impacto que ocasionou.
“Tais medidas são necessárias para a manutenção da produção de proteínas animais no campo, com vistas a garantir a geração de empregos e divisas no país, evitando a saída de produtores da atividade e a possibilidade de desabastecimento desses alimentos no médio e no longo prazo”, destacou.
A assessoria também pontuou que com base nos indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço da arroba do boi gordo caiu 32,1% no acumulado do ano, em comparação com 2022.
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Com este cenário, o pecuarista acabou sofrendo com a baixa no mercado e a carcaça casada também caiu 17,2% no mercado atacadista somente no mês de agosto.
Queda do leite
A Confederação destacou também que a pecuária de leite houve aumento dos custos e produção entre os anos de 2021 e 2022, deixando assim os produtores descapitalizados. Com isso, os investimentos ficaram limitados, com impacto sobre a captação da matéria-prima.
“Os volumes importados de lácteos pelo Brasil nos primeiros oito meses de 2023, totalizam 1,46 bilhão de litros, maior volume para o período em toda a série histórica. Se mantido o ritmo, o país caminha para renovar o déficit recorde na balança comercial de lácteos, ocorrido em 2016”, diz a CNA
Conforme a CNA, os países do Mercosul respondem por mais de 97% do leite importado pelo Brasil e que a Argentina está aplicando medidas de subsídio à pecuária leiteira, no que torna distorções de mercado e concorrência desleal.