Produtores de leite de Goiás terão uma linha especial de financiamento para impulsionar a cadeia leiteira, que sofre com altos custos, alta de importações e oscilações de preços em 2023.
O Governo de Goiás propôs ao Ministério do Desenvolvimento Regional a criação da linha de crédito específica para a bovinocultura leiteira dentro do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). Com taxa de juros menores e carência mais longa para pagamento, o FCO Leite será destinado a financiar projetos do segmento, com ênfase no melhoramento genético do rebanho.
Fundo de financiamento para a cadeia do leite
A criação do FCO Leite deve ser analisada pelo Conselho Deliberativo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Condel/Sudeco), órgão gestor do FCO, em meados de dezembro.
Segundo a proposta, a nova linha terá as mesmas taxas de juros do FCO Verde (aproximadamente 7% ao ano) e prazo de pagamento de até 15 anos, com carência de quatro anos não inclusa no prazo de quitação do financiamento. O pedido também contempla taxa de juros zero para aquisição de material genético.
O objetivo principal da linha de crédito é incentivar o desenvolvimento genético do rebanho leiteiro goiano.
“Já temos algumas fazendas que são referências internacionais em genética de ponta. O desafio é democratizar o acesso a este material. Investir em genética de qualidade significa aumentar o valor agregado do nosso produto, seja ele o leite ou o animal, e isso é um fator decisivo para a sustentabilidade da cadeia”, argumenta o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa Goiás), Pedro Leonardo Rezende.
Investimentos
Para garantir os investimentos, R$ 300 milhões dos recursos disponíveis via FCO já estão travados para projetos do segmento. A estimativa é contemplar cerca de 2.500 pequenos produtores goianos com o FCO Leite.
Para César Moura, secretário da Retomada e presidente do Conselho de Desenvolvimento do Estado (CDE), órgão gestor do FCO em Goiás, a Sudeco (Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste) já manifestou interesse em ampliar para todos os estados da região.
Biotec
Outra ação do governo estadual para fortalecer a produção de leite no estado é o trabalho no Centro de Biotecnologia em Reprodução Animal (Biotec) da Universidade Estadual de Goiás (UEG), com previsão de R$ 300 milhões em investimentos para contemplar até 2 mil produtores.
Unidade que funciona em São Luis de Montes Belos, como parte do Arranjo Produtivo Local (APL) do Leite estruturado pela Secretaria da Retomada, leva assistência técnica na área reprodutiva às pequenas propriedades, de forma gratuita, disponibilizando desde a análise e preparo do rebanho até a inseminação de embriões e acompanhamento in loco.