A inseminação artificial é uma técnica de reprodução onde o sêmen de um touro é depositado no aparelho reprodutor de uma vaca, com o objetivo de fecundá-la.
Segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), 23,1% das matrizes de bovinos de corte no Brasil já são inseminadas.
Inseminação artificial em bovinos
Já de acordo com o Boletim Eletrônico do Departamento de Reprodução Animal da FMVZ/USP, em 2023, 91,2% das inseminações realizadas no Brasil foram por meio da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).
A técnica de reprodução animal consiste em inseminar um grupo de fêmeas de bovinos em um dia e horário determinados, a fim de: sincronizar o ciclo reprodutivo das vacas, aumentar a taxa de concepção, melhorar a eficiência reprodutiva do rebanho e aumentar a lucratividade da atividade.
A adoção da ferramenta permite ao produtor uma maior previsibilidade nos resultados, além de contribuir diretamente na melhoria genética e no aumento da produtividade do rebanho.
Mercado
Em 2021, o aumento expressivo no valor da arroba do boi gordo impulsionou o uso da inseminação artificial nas fazendas de cria. Naquele período, ficou evidente que, com a valorização do boi, os produtores recorreram mais à inseminação como meio de otimizar a produtividade e aproveitar o momento favorável do ciclo.
Entretanto, a adoção da IATF deve ser uma estratégia de longo prazo, e não apenas em momentos de pico de preços. A ferramenta, por si só, não garante resultados satisfatórios, uma vez que depende de um ambiente propício para alcançar seu máximo potencial.
É preciso incorporar no manejo da inseminação artificial, questões de sanidade, bem-estar e nutrição do rebanho, que desempenham papel fundamental nos resultados e no sucesso da técnica.
Inseminação artificial em Tempo Fixo X Monta Natural
A técnica tem se mostrado mais eficiente que a monta natural (MN) em termos de produtividade, permitindo maior número de nascimentos de bezerros no início da estação de parição, refletindo em um maior ganho de peso à desmama.
Isso se traduz diretamente em melhores resultados financeiros para o produtor, que obtém um animal mais valorizado no mercado, compensando o custo inicial da tecnologia.
A adoção da IATF permite ganhos genéticos contínuos no rebanho, devido à seleção de sêmen de touros geneticamente superiores, o que incrementa características desejáveis nas futuras gerações.
Custos Protocolo IATF x Monta natural
Ao se calcular os custos com a aquisição e manutenção de um reprodutor em um rebanho de cria, estima-se o gasto médio de R$ 140,16 por prenhez para um touro mantido, em média, por 4,2 anos em atividade.
Por outro lado, estima-se que, para uma taxa de prenhez de 50% por ciclo, há um custo médio de R$ 128,29 por prenhez obtida via protocolo de IATF – considerando o uso de um dispositivo intravaginal de progesterona, 3 mL de estradiol e 2 mL de prostaglandina.
A aplicação da tecnologia se mostra mais barata para a produção de bezerros do que o a monta natural, segundo a média dos dados levantados pelo Projeto Campo Futuro, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) em parceria com o Cepea.
O custo inerente à adoção da técnica de reprodução assistida, observa-se que quanto maior a eficiência de sua aplicação, menor acaba se tornando o custo de produção por prenhez.
Além de melhorias nos índices reprodutivos do sistema, é esperado que haja também respostas na valorização dos animais produzidos, considerando a padronização de lotes de desmama que uma estação de monta de curta duração possibilita ao rebanho, além do maior mérito genético dos bezerros ofertados.