O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgou em nota oficial, na noite desta quinta-feira (2/3), o resultado da análise do laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), confirmando que o caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como mal da ‘vaca louca’, detectado em animal no município de Marabá, no Pará, é atípico tipo H.
Caso atípico significa que aconteceu de forma isolada e por causas naturais em um único animal de 9 anos de idade, considerado de idade avançada para bovinos. A doença surgiu espontaneamente, não causando risco de disseminação ao rebanho e aos seres humanos.
Vaca Louca atípica: retomada das exportações
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, comunicou o resultado da amostra ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para inserir os dados no sistema e informar oficialmente à OMSA e às autoridades chinesas.
Com o resultado de caso atípico, o Mapa afirmou que está tomando as providências de acordo com os protocolos sanitários, para que as exportações da carne bovina brasileira sejam restabelecidas para a China.
“Assim que concluído o processo, será marcada uma reunião virtual com o governo chinês para tratar do desembargo da exportação da carne bovina ao país”, afirma a nota.
Mercado do Boi Gordo em queda
Com o caso e a suspensão das exportações da carne bovina à China, o ritmo de negócios se enfraqueceu no mercado interno e consequentemente, os preços da arroba recuaram nos últimos dias.
O Indicador do boi gordo CEPEA/B3 (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), no mercado de referência paulista, fechou fevereiro a R$ 267,95, com expressiva queda de 7,2% no acumulado do mês.
Agora, com o resultado do exame atípico, o setor espera que a retomada das exportações da carne bovina para a China aconteça o mais breve possível, superando a recente baixa.
Entenda o caso
Segundo o Mapa, a Encefalopatia Espongiforme Bovina (mal da “vaca louca”) foi registrada no dia 22 de fevereiro, em um touro de 9 anos, idade considerada avançada para bovinos, criado em pasto em uma pequena propriedade rural, no município de Marabá no Estado do Pará, que tem cerca de 160 cabeças de gado.
Após a confirmação do caso, o animal foi abatido e sua carcaça incinerada na fazenda, que foi interditada em caráter preventivo pelo governo do Estado do Pará.
A suspensão do comércio entre China e Brasil é previsto em acordo comercial, que indica que em caso de suspeita de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como mal da “vaca louca”, o Mapa deverá suspender imediatamente as exportações de carne bovina temporariamente (autoembargo), o que de fato aconteceu, até sair o resultado dos exames para confirmar se havia risco de transmissão para o rebanho.
Agora com o resultado atípico, o órgão responsável pelo comércio exterior chinês deve reavaliar o status de risco da EEB e vai definir a retomada da importação de carne bovina do Brasil.
A doença da Vaca Louca
A doença é degenerativa, crônica e fatal que afeta o Sistema Nervoso Central de bovinos e bubalinos, além de ovelhas e cabras, causando desordens de comportamento, como: agressividade, ranger de dentes e falta de coordenação motora e dificuldade de se levantar. O animal afetado deixa de se alimentar e rapidamente perde condição corporal.
Outros casos de Vaca Louca no Brasil
No início de setembro de 2021, dois casos atípicos do “mal da vaca louca” foram registrados, nos estados de Mato Grosso e Minas Gerais.