O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) atualizou para 284 o número de morte de cavalos após consumirem rações produzidas por uma empresa em Goiás.
A pasta também anunciou a revogação de uma decisão judicial que havia autorizado parcialmente a retomada das atividades da empresa.
Com isso, volta a vigorar a suspensão cautelar determinada anteriormente, que impede a fabricação de rações para qualquer espécie animal até que todas as irregularidades apontadas sejam sanadas, o que ainda não ocorreu.
Morte cavalos

Com base no Mapa, as investigações conduzidas até agora revelam que a contaminação das rações teria ocorrido por falhas no controle de matérias-primas.
Exames indicaram a presença de resíduos de plantas do gênero Crotalaria, que contêm alcaloides pirrolizidínicos como a monocrotalina, substância tóxica capaz de provocar graves lesões hepáticas nos animais. A utilização desse tipo de composto é proibida na formulação de rações.
Segundo o Mapa, os efeitos da monocrotalina variam conforme a dose ingerida, o tempo de exposição e o estado de saúde do animal, podendo causar alterações no DNA celular e danos ao fígado. A ingestão acidental dessas toxinas ocorre quando há contaminação de ingredientes autorizados ou uso indevido de matérias-primas vetadas.
O Ministério continua analisando outros lotes de ração e de matérias-primas utilizadas na produção da Nutratta para aprofundar a apuração.
Relembre o caso

O caso teve início no fim de maio, quando o Mapa recebeu, por meio do canal Fala.BR, uma denúncia sobre mortes de cavalos no interior de São Paulo.
Em 30 de maio, fiscais foram até uma propriedade em Elias Fausto (SP) e identificaram suspeitas sobre a ração fornecida aos equinos.
Inspeções realizadas entre os dias 2 e 4 de junho na fábrica da Nutratta revelaram falhas nos processos de produção e controle de qualidade. Desde então, novos casos foram relatados em diferentes propriedades, todas ligadas ao consumo dos produtos da empresa.
Em locais onde os animais não ingeriram a ração, nenhum sinal de doença foi registrado, mesmo entre equinos que dividiam o mesmo espaço com os afetados.
No dia 25 de junho, análises laboratoriais confirmaram a presença da monocrotalina nos lotes investigados.