Durante um evento em Sorocaba, São Paulo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou o aumento do preço do ovo no Brasil e afirmou que há um “ladrão” responsável por essa alta.
Lula demonstrou indignação ao dizer que “passaram a mão no direito do povo brasileiro de comer ovo”, cobrando explicações sobre o motivo do encarecimento do alimento.
“Não tem como explicar por que esse ovo tá caro. Alguém está passando a mão, esse é o dado concreto. Não sabemos quem é, e nós queremos saber. Estão sacaneando as galinhas.”.

Preço do ovo
O preço do ovo de galinha disparou em fevereiro, registrando um aumento de 15,4% em um mês, o maior dentro do segmento alimentar. Essa elevação contribuiu diretamente para a alta de 0,79% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no setor de alimentos e bebidas.
O presidente questionou algumas justificativas para o aumento dos preços, como o aumento do calor.
“Por que subiu o ovo? ‘Ah, porque fez muito calor e a galinha diminui os ovos quando ela tem muito calor.’ Mentira, porque calor fez o ano passado, porque no final do ano choveu, o tempo ficou muito melhor”, disse.
Lula também ressaltou que a exportação de ovos representa apenas 0,9% da produção nacional, o que não justificaria um aumento expressivo no mercado interno. Ele ainda destacou que o consumo médio per capita no Brasil é de cerca de 260 ovos por ano e questionou a lógica por trás da elevação dos preços.
“O nosso consumo per capita ainda é pouco. O povo brasileiro come em media 260 ovos por ano. É pouco, não dá nem um por dia. Mas sabe qual é a nossa produção de ovo esse ano? Quantos ovos vamos produzir esse ano? 59 bilhões de ovos. Então não tem explicação esse ovo estar caro. Alguém está passando a mão. E nós queremos saber quem é”, afirmou.
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Diante da alta nos preços dos alimentos, o governo federal anunciou medidas como a redução das alíquotas de importação para itens como carne, café, açúcar e milho. No entanto, Lula enfatizou que, se essas ações não surtirem efeito, poderá adotar medidas mais rigorosas.
“A gente não quer brigar com ninguém, a gente quer solução pacífica sem nada, mas se a gente não encontrar, a gente vai ter que tomar uma atitude mais drástica, porque o que interessa é levar comida barata para a mesa do brasileiro”, salientou.
Agora, o governo aguarda a aprovação da Câmara de Comércio Exterior (Camex) para que o corte nas tarifas de importação possa entrar em vigor.