Uma fala do presidente Lula (PT) viralizou nas redes sociais após ele sugerir que a população evite comprar alimentos que estejam muito caros.
Na ocasião, o presidente alegou que a sugestão é uma forma de pressionar a redução dos preços (Veja o vídeo no final da matéria).
Alta dos alimentos
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Em sua fala, o presidente incentivou que os consumidores substituam os itens mais caros por alimentos com preços mais acessíveis.
“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai ao supermercado em Salvador e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Olha, se todo mundo tiver essa consciência de não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender porque senão vai estragar”, disse o presidente.
O Banco Central destacou, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) publicada na terça-feira (4), que o panorama de inflação no curto prazo permanece desfavorável.
O texto menciona que os preços dos alimentos aumentaram substancialmente e que a expectativa é de que essa elevação se estenda ao longo do médio prazo.
“Os preços de alimentos se elevaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano e da elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi. Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, diz o documento.
Além disso, na última reunião, o Comitê do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros para 13,25%, um aumento de 1 ponto percentual.
Devido ao cenário, o Chefe do Executivo ainda informou que o “processo de adaptação e conscientização sobre os preços é visto como uma necessidade de educação econômica para a população”.
“Isso é da sabedoria do ser humano: eu não posso comprar aquilo que eu acho que está sendo exagerado o preço, então vou deixar na prateleira, não vou comprar, compro amanhã, compro outra coisa, compro um similar. É um processo educacional que vamos ter que fazer com o povo brasileiro”, alegou lula.
Previsão do mercado
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Em entrevista ao Portal Agro, o economista e sócio da Valor Investimentos, Davi Lelis, destacou que deixar de adquirir os alimentos mais caros não fará com que os preços diminuam.
“Nós temos dois tipos principais de inflação, a inflação de oferta e inflação de demanda, quando nós estamos analisando o que está mais pressionando a inflação no Brasil hoje, é a inflação de preços ao produtor, subindo mais de 9,42% em 2024”, explicou.
O especialista ainda detalhou que os preços para o produtor no Brasil tiveram uma pressão inflacionária de 1.25 para 1.48 no mês. Desta forma, o Índice de Preço ao Produtor (IPP), reflete qual o custo de se produzir, pois existem custos nacionais e internacionais.
“Uma das explicações não tem a ver com Banco Central. tem a ver com o preço do dólar, que subiu mundialmente e vem caindo ao longo do mês depois das tarifas do Trump […]. O preço do dólar ainda está em um patamar muito alto e isso também pressiona ao preço do produtor”, destacou.
Veja o vídeo:
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