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Biorreator de compostagem pode trazer avanços para o mercado de fertilizantes

Integrados, os 12 reatores do sistema operam em linha, equipados com sensores de oxigênio e dióxido de carbono, bem como controle de temperatura.

Por Bruno Goulart
Publicado em 22/02/2023 às 17:28
Atualizado em 22/02/2023 às 17:38
biorreator de compostagem

Sistema é composto por 12 reatores. Foto: Embrapa/Reprodução

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A Embrapa desenvolveu um biorreator de compostagem que permite analisar de forma rápida e eficiente os processos de reciclagem do lixo orgânico, principal método para produção de fertilizantes biológicos. O equipamento tem capacidade de realizar testes rápidos em laboratório, permitindo saber o potencial da mistura de resíduos em questão de horas. O protótipo já foi validado e agora está disponível para parcerias com empresas interessadas.

Com apenas 1 kg de resíduos, é possível saber em poucas horas o potencial do material para os bioprocessos. O laudo obtido mostra a temperatura ideal para o processo de compostagem e a taxa de aeração necessária. Segundo os pesquisadores, mesmo os experimentos mais complexos podem ser avaliados em menos de dois meses.

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Cientistas brasileiros desenvolveram uma embalagem inteligente que muda de cor à medida que o alimento se degrada. O projeto foi conduzido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), em colaboração com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e a Universidade de Illinois, em Chicago (EUA). A base da inovação são pigmentos naturais extraídos do repolho roxo. Embalagem inteligente A técnica utilizada, chamada de fiação por sopro em solução, permitiu a produção de mantas compostas por nanofibras com propriedades sensíveis à deterioração dos alimentos. Essa embalagem interativa reage quimicamente às substâncias emitidas pelo alimento em decomposição, alterando sua cor em tempo real. Em testes com filé de merluza, a manta apresentou excelente desempenho, mudando de roxo para azul conforme o peixe perdia a qualidade. Nos primeiros estágios, a embalagem mantinha a coloração roxa, indicando um produto ainda fresco. Após um dia, essa tonalidade começou a desbotar. Em 48 horas, surgiram tons azul-acinzentados, e, ao final de 72 horas, o azul predominante apontava para a deterioração completa do peixe, tudo isso sem a necessidade de abrir a embalagem. Segundo os especialistas da Embrapa, essas mantas de nanofibras funcionam como sensores visuais, capazes de indicar, com precisão, o frescor de peixes e frutos do mar. No entanto, os pesquisadores ressaltam que ainda é preciso ampliar os testes para outras espécies e produtos alimentícios.  Eletrofiação A técnica de fiação por sopro em solução (SBS, do inglês Solution Blow Spinning), empregada no estudo, surgiu em 2009 a partir de uma parceria entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Embrapa Instrumentação e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Diferentemente da eletrofiação, que é mais demorada, cara e limitada em termos de produção, a SBS forma nanofibras em até duas horas sem necessidade de altas voltagens. As nanofibras geradas têm dimensão inferior a um milésimo de milímetro e podem compor materiais semelhantes a tecidos. A pesquisa, supervisionada pelo cientista Luiz Henrique Capparelli Mattoso, também contou com participação da Universidade de Illinois. Durante o desenvolvimento, foram utilizados pigmentos conhecidos como antocianinas, substâncias naturais encontradas em vegetais, flores e frutas que apresentam cores variadas e reagem às mudanças de pH. Extraídas de resíduos de repolho roxo, as antocianinas demonstraram ser ótimos indicadores de deterioração. No total, mais de dez pigmentos vegetais foram testados. Ao serem integradas ao polímero biodegradável policaprolactona, as antocianinas mostraram excelente capacidade de detectar alterações químicas associadas à degradação do peixe. O pesquisador Josemar Gonçalves de Oliveira Filho, responsável pelo desenvolvimento da manta em seu pós-doutorado, destaca o potencial de ampliar o uso dessa tecnologia para outras embalagens alimentares. Segundo ele, embora haja registros de estudos com antocianinas em materiais inteligentes, seu uso em nanofibras ainda é pouco explorado.

Tecnologia brasileira cria embalagem inteligente que muda de cor ao detectar alimento estragado

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

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De acordo com o pesquisador Caio Teves Inácio, líder do projeto, os biorreatores de bancada interligados desenvolvidos pela Embrapa Solos são capazes de ter 12 reatores em funcionamento ao mesmo tempo e em linha, com sensores de oxigênio e gás carbônico e controle de temperatura integrados.

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fertilizantes
Biorreatores se apresentam como um importante aliado para a produção de fertilizantes, no Brasil. Foto: Embrapa/Reprodução

Além disso, ele destaca que, com no máximo um volume de 50 litros de mistura de resíduo, é possível fazer um experimento completo, com combinações, tratamentos e repetições em menos tempo do que seria possível no campo.

Inácio ressalta ainda que a quantidade de resíduos produzidos na agricultura e na agroindústria aumenta junto com a produção desses setores. Por isso, é importante reutilizar esses resíduos para compostagem, por exemplo, tanto para proteger o meio ambiente quanto para gerar lucro para os produtores.

Os biorreatores de bancada são uma tecnologia importante nesse contexto, pois permitem um controle maior no desenvolvimento experimental e possibilitam pesquisar com mais segurança e rapidez temas como a degradação de agrotóxicos, perda de nitrogênio e eficiência do uso de inoculantes microbianos durante a compostagem.

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Biorreator de compostagem pode favorecer produção de fertilizantes

Embrapa
produção de fertilizantes orgânicos está em alta no país. Foto: Embrapa/Reprodução

A produção de fertilizantes orgânicos está em alta no Brasil e a tecnologia dos biorreatores de bancada pode trazer ganhos importantes para inovar nos processos de compostagem e, consequentemente, na produção desses fertilizantes.

Segundo o Anuário de 2022 da Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), o setor de fertilizantes especiais, que inclui minerais especiais, organominerais e orgânicos, teve vendas de R$ 16,6 bilhões em 2021, com um crescimento de 65% em relação a 2020.

As vendas de fertilizantes orgânicos apresentaram a maior variação percentual, com um crescimento de 131%, seguidos pelos organominerais (68%) e minerais especiais (58%). Em termos de vendas, os fertilizantes minerais especiais lideraram com R$ 11,943 bilhões, seguidos pelos organominerais com R$ 3,298 bilhões e os orgânicos com R$ 1,419 bilhão em 2021.

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Dependência a mercado externos

O Brasil é o terceiro maior consumidor de fertilizantes do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. No entanto, o país é fortemente dependente da importação de matéria-prima para a produção de fertilizantes, especialmente de potássio e fósforo, que são essenciais para a agricultura.

De acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), em 2020, o país importou cerca de 70% do potássio e 90% do fósforo utilizados na produção de fertilizantes, o que pode tornar o país vulnerável a flutuações de preços e disponibilidade. Isso contribui para emissões de gases de efeito estufa e mudança climática, o que aumenta a demanda por alternativas mais sustentáveis e eficientes.

Dessa forma, os biorretatores de compostagem se mostram como um importante aliado para a independência da demanda brasileira dos insumos importados.

Tags: biorreatorescompostagemembrapa

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