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Técnica de consórcio entre soja e pastagens antecipa alimento para gado na seca

AnteciPasto é um projeto validado da Embrapa que planta a forrageira sem prejudicar a produtividade da oleaginosa; sistema permite entrada de bovinos até 60 dias mais cedo.

Por Janaina Honorato
Publicado em 02/04/2024 às 17:30
Solução pode amenizar a falta de pasto na estação seca.

Solução pode amenizar a falta de pasto na estação seca. Foto: Divulgação/Embrapa Gado de Corte

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Pesquisadores da Embrapa validaram um sistema de consórcio entre soja e pastagens, que não prejudica a produtividade da oleaginosa e antecipa a produção de forragem para o gado no período da seca, em sistema de Integração lavoura-pecuária (ILP).

O sistema chamado de Antecipasto foi testado em propriedades rurais de Mato Grosso do Sul com bons resultados, com o apoio da Fundação Agricultura Sustentável (Agrisus) e da Jarbas Barbosa Agricultura e Pecuária (JBAPec).

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Cientistas brasileiros desenvolveram uma embalagem inteligente que muda de cor à medida que o alimento se degrada. O projeto foi conduzido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), em colaboração com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e a Universidade de Illinois, em Chicago (EUA). A base da inovação são pigmentos naturais extraídos do repolho roxo. Embalagem inteligente A técnica utilizada, chamada de fiação por sopro em solução, permitiu a produção de mantas compostas por nanofibras com propriedades sensíveis à deterioração dos alimentos. Essa embalagem interativa reage quimicamente às substâncias emitidas pelo alimento em decomposição, alterando sua cor em tempo real. Em testes com filé de merluza, a manta apresentou excelente desempenho, mudando de roxo para azul conforme o peixe perdia a qualidade. Nos primeiros estágios, a embalagem mantinha a coloração roxa, indicando um produto ainda fresco. Após um dia, essa tonalidade começou a desbotar. Em 48 horas, surgiram tons azul-acinzentados, e, ao final de 72 horas, o azul predominante apontava para a deterioração completa do peixe, tudo isso sem a necessidade de abrir a embalagem. Segundo os especialistas da Embrapa, essas mantas de nanofibras funcionam como sensores visuais, capazes de indicar, com precisão, o frescor de peixes e frutos do mar. No entanto, os pesquisadores ressaltam que ainda é preciso ampliar os testes para outras espécies e produtos alimentícios.  Eletrofiação A técnica de fiação por sopro em solução (SBS, do inglês Solution Blow Spinning), empregada no estudo, surgiu em 2009 a partir de uma parceria entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Embrapa Instrumentação e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Diferentemente da eletrofiação, que é mais demorada, cara e limitada em termos de produção, a SBS forma nanofibras em até duas horas sem necessidade de altas voltagens. As nanofibras geradas têm dimensão inferior a um milésimo de milímetro e podem compor materiais semelhantes a tecidos. A pesquisa, supervisionada pelo cientista Luiz Henrique Capparelli Mattoso, também contou com participação da Universidade de Illinois. Durante o desenvolvimento, foram utilizados pigmentos conhecidos como antocianinas, substâncias naturais encontradas em vegetais, flores e frutas que apresentam cores variadas e reagem às mudanças de pH. Extraídas de resíduos de repolho roxo, as antocianinas demonstraram ser ótimos indicadores de deterioração. No total, mais de dez pigmentos vegetais foram testados. Ao serem integradas ao polímero biodegradável policaprolactona, as antocianinas mostraram excelente capacidade de detectar alterações químicas associadas à degradação do peixe. O pesquisador Josemar Gonçalves de Oliveira Filho, responsável pelo desenvolvimento da manta em seu pós-doutorado, destaca o potencial de ampliar o uso dessa tecnologia para outras embalagens alimentares. Segundo ele, embora haja registros de estudos com antocianinas em materiais inteligentes, seu uso em nanofibras ainda é pouco explorado.

Tecnologia brasileira cria embalagem inteligente que muda de cor ao detectar alimento estragado

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

Forrageira não atrapalha o desenvolvimento da soja.
Forrageira não atrapalha o desenvolvimento da soja. Foto: Divulgação/Embrapa Gado de Corte

Consórcio entre soja e pastagens

No Antecipasto, parte do período do plantio da forrageira acontece em cultivo consorciado na entrelinha da soja, antecipando a formação de pastagem, sem causar redução da produtividade de grãos da oleaginosa.

Pesquisadores veem oportunidades de validação do Antecipasto nos estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Roraima, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Bahia.

Para os pecuaristas, a solução pode amenizar a falta de pasto na estação seca, o atraso no estabelecimento de pastagens e o insucesso na sua formação. Já para os agricultores, é uma possibilidade real para abrir novas áreas com sistemas integrados de produção, assim como aquisição de terras a valores acessíveis e potencial agrícola, além de melhorias nas condições do solo.

“É uma tecnologia que não compromete o rendimento de grãos da soja, intensifica a produção e antecipa a formação de pastagem e o pastejo”, define o pesquisador Luís Armando Zago, da Embrapa Agropecuária Oeste.

O sistema ainda é recomendado para os produtores rurais que já utilizam ILP, nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, e necessitam de produção de forragem na época mais crítica do ano: a estação seca/inverno, para alimentação animal.

  • Agricultura: Integração lavoura-pecuária pode reduzir uso de fertilizantes e mitigar impactos no clima

Vantagens do Sistema Antecipasto

  • Não compromete o rendimento de grãos da soja;
  • Antecipação da entrada de bovinos na área (entre 30-60 dias);
  • Aumento no período de pastejo;
  • Aumento da produção de carne (+3 a 5 arrobas por hectare);
  • Redução de plantas daninhas: na soja e na pastagem;
  • Menor risco na formação de pastagem: época que antecede a convencional;
  • Não compete por área com o milho: últimos talhões do “circuito” de semeadura;
  • Semeadura do capim em época menos tumultuada.
Sistema é recomendado nos biomas Cerrado e Mata Atlântica.
Sistema é recomendado nos biomas Cerrado e Mata Atlântica. Foto: Divulgação/Embrapa Gado de Corte

Pastagem x Soja

A escolha de capins com menor porte e crescimento inicial mais lento é proporcionar o desenvolvimento da soja sem problemas, opções como a BRS Tamani, Massai e BRS Paiaguás, cultivares desenvolvidas pela Embrapa Gado de Corte (MS).

Nos experimentos conduzidos, o Panicum maximum cv. BRS Tamani foi o mais adequado, com desenvolvimento e crescimento paralisado por falta de luz logo após o fechamento das entrelinhas pela soja, retomando o crescimento quando o processo de amarelecimento das folhas da planta é intensificado e quando elas começam a cair.

Para as cultivares de soja, as precoces costumam ter crescimento vegetativo vigoroso e fechamento rápido das entrelinhas, impedindo o desenvolvimento acentuado do capim. No planejamento do sistema, a soja é semeada e, posteriormente, a forrageira na entrelinha de 14 a 21 dias após a emergência da oleaginosa.

A semeadura do capim deve estar alinhado ao clima, sendo recomendado observar o espaçamento das entrelinhas do grão, de 50 cm a 60 cm, para possibilitar o plantio da forrageira com semeadora leve acoplada ao terceiro ponto do trator, equipado com rodas finas.

“É necessária uma semeadora específica para grãos miúdos ligada ao terceiro ponto do trator. Na falta desse implemento, montar uma semeadora é relativamente simples. É preciso um chassi de plantadeira, caixa para sementes miúdas e linhas de plantio”, recomenda Zago.

  • Pecuária: Árvores no pasto melhoram ganho de peso, conforto térmico e reprodução de bovinos
Tags: AlimentoAntecipastoconsórcioEmbrapa Gado de CortegadoILPintegração lavoura-pecuáriapastagensprodutividadesoja

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