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Fungicidas e cultivares são avaliadas para combater podridão de grãos na soja

Pesquisadores estão analisando dados como clima, fertilidade e física do solo, teor de lignina e outros que possam dar pistas sobre a podridão da soja.

Por Janaina Honorato
Publicado em 17/10/2023 às 18:49
Pesquisadores recomendam rotação de fungicidas e definição de produtos de acordo com a cultivar utilizada.

Pesquisadores recomendam rotação de fungicidas e definição de produtos de acordo com a cultivar utilizada. Foto: Gabriel Rezende

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Pesquisadores de diversas instituições vêm apresentando cultivares com maior resistência à podridão de grãos e fungicidas são opções de manejo para reduzir as perdas de produtividade, apontam redes de pesquisa que estudam o tema.

O problema foi chamado inicialmente de anomalia da soja, que vem ocorrendo com maior frequência, na região do médio-norte do estado de Mato Grosso e em Rondônia, desde a safra 2018/2019.

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Cientistas brasileiros desenvolveram uma embalagem inteligente que muda de cor à medida que o alimento se degrada. O projeto foi conduzido por pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), em colaboração com a Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ) e a Universidade de Illinois, em Chicago (EUA). A base da inovação são pigmentos naturais extraídos do repolho roxo. Embalagem inteligente A técnica utilizada, chamada de fiação por sopro em solução, permitiu a produção de mantas compostas por nanofibras com propriedades sensíveis à deterioração dos alimentos. Essa embalagem interativa reage quimicamente às substâncias emitidas pelo alimento em decomposição, alterando sua cor em tempo real. Em testes com filé de merluza, a manta apresentou excelente desempenho, mudando de roxo para azul conforme o peixe perdia a qualidade. Nos primeiros estágios, a embalagem mantinha a coloração roxa, indicando um produto ainda fresco. Após um dia, essa tonalidade começou a desbotar. Em 48 horas, surgiram tons azul-acinzentados, e, ao final de 72 horas, o azul predominante apontava para a deterioração completa do peixe, tudo isso sem a necessidade de abrir a embalagem. Segundo os especialistas da Embrapa, essas mantas de nanofibras funcionam como sensores visuais, capazes de indicar, com precisão, o frescor de peixes e frutos do mar. No entanto, os pesquisadores ressaltam que ainda é preciso ampliar os testes para outras espécies e produtos alimentícios.  Eletrofiação A técnica de fiação por sopro em solução (SBS, do inglês Solution Blow Spinning), empregada no estudo, surgiu em 2009 a partir de uma parceria entre a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Embrapa Instrumentação e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Diferentemente da eletrofiação, que é mais demorada, cara e limitada em termos de produção, a SBS forma nanofibras em até duas horas sem necessidade de altas voltagens. As nanofibras geradas têm dimensão inferior a um milésimo de milímetro e podem compor materiais semelhantes a tecidos. A pesquisa, supervisionada pelo cientista Luiz Henrique Capparelli Mattoso, também contou com participação da Universidade de Illinois. Durante o desenvolvimento, foram utilizados pigmentos conhecidos como antocianinas, substâncias naturais encontradas em vegetais, flores e frutas que apresentam cores variadas e reagem às mudanças de pH. Extraídas de resíduos de repolho roxo, as antocianinas demonstraram ser ótimos indicadores de deterioração. No total, mais de dez pigmentos vegetais foram testados. Ao serem integradas ao polímero biodegradável policaprolactona, as antocianinas mostraram excelente capacidade de detectar alterações químicas associadas à degradação do peixe. O pesquisador Josemar Gonçalves de Oliveira Filho, responsável pelo desenvolvimento da manta em seu pós-doutorado, destaca o potencial de ampliar o uso dessa tecnologia para outras embalagens alimentares. Segundo ele, embora haja registros de estudos com antocianinas em materiais inteligentes, seu uso em nanofibras ainda é pouco explorado.

Tecnologia brasileira cria embalagem inteligente que muda de cor ao detectar alimento estragado

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

Ferramenta deve identificar áreas prioritárias para recuperação ambiental

Fungicidas e cultivares para combater podridão de grãos

Diferentes espécies de fungos foram identificadas em vagens e hastes com e sem sintomas de apodrecimento de grãos, mas os fatores que desencadeiam o problema ainda são desconhecidos. Por isso, redes de pesquisa estão analisando dados como clima, fertilidade e física do solo, teor de lignina e outros que possam dar pistas sobre a doença.

A rede que avalia a eficiência dos fungicidas traz os primeiros resultados que poderão auxiliar nas estratégias de manejo da doença, com o lançamento de uma publicação sobre o assunto.

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Hipótese é de que estresse relacionado ao clima favoreça o apodrecimento de grãos.
Hipótese é de que estresse relacionado ao clima favoreça o apodrecimento de grãos. Foto: Gabriel Rezende

Publicação sobre fungicidas para controle da podridão

A publicação é a Eficiência de fungicidas para o controle da podridão de grãos da soja, na safra 2022/2023: resultados dos ensaios cooperativos (Circular Técnica 197). A rede de pesquisa que avaliou fungicidas é formada pela Embrapa, Fundação MT, Fundação Rio Verde, Proteplan, Fitolab Pesquisa e Desenvolvimento Agrícola, Centro de Pesquisa Celeiro do Norte (CPCEN), EPR Consultoria & Pesquisa Agronômica, MZ Consultoria Agronômica, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT-Sinop), Universidade Federal de Rondônia e Solo Fértil.

Outro grupo avaliou a reação à podridão de 54 cultivares de soja (42 transgênicas e 12 convencionais) e identificou cultivares com bom e médio nível de resistência e as que são suscetíveis ao problema.

A podridão dos grãos de soja

Desde a safra 2018/2019, o problema vem causando prejuízos aos produtores, de Mato Grosso e de Rondônia, o que levou à formação da pesquisa para identificar as causas do problema e definir estratégias de manejo.

Os sintomas descritos inicialmente como anomalia correspondem principalmente à podridão dos grãos e das vagens. Diversas amostras foram coletadas nas quais foram encontradas, nas vagens, grãos e hastes, um complexo de fungos de diferentes espécies de Fusarium, Diaporthe e Colletotrichum. Em algumas safras, também observaram alta incidência de mancha-púrpura nos grãos, causada por Cercospora spp.

Esses fungos podem ser encontrados de forma latente na planta e nos grãos, (fungos endofíticos), sem causar sintomas aparentes: cada um associado a uma doença. Eles foram identificados mesmo em vagens e grãos sem sintomas.

A pesquisadora explica ainda que, no início dos sintomas, as vagens podem apresentar encharcamento, escurecimento ou ambos, sem abertura visível. Quando abertas, apresentam apodrecimento dos grãos. A presença de vagens com sintomas e os grãos apodrecidos ocorrem de forma aleatória na planta e na vagem, respectivamente, não necessariamente acometendo todos os grãos.

Os sintomas ocorrem principalmente a partir do enchimento de grãos (estádio R5), até sua maturação (estádio R8). As condições de estresse relacionadas ao clima estimulam que os fungos latentes iniciem a infecção. Os fatores que desencadeiam a maior frequência de apodrecimento de grãos por esses patógenos nessas regiões ainda estão em estudo.

  • Pesquisa: Fungicida à base de óleos essenciais combate pragas de soja
Aplicação de fungicidas reduziu a incidência e aumentou a produtividade da oleaginosa.
Aplicação de fungicidas reduziu a incidência e aumentou a produtividade da oleaginosa. Foto: Gabriel Rezende

Avaliação de Fungicidas

Para avaliar a eficiência de fungicidas, os experimentos avaliaram individualmente e em aplicações sequenciais. Durante a safra 2022/23, a pulverização de diferentes fungicidas, nos ensaios realizados em rede, tiveram como resultado a redução dos sintomas da doença e o aumento de produtividade.

O uso de fungicidas favorece tanto a redução da incidência de sintomas da podridão, quanto o controle de outras doenças, como a mancha-alvo – predomina na região – o que reflete em melhoria de produtividade. Entendemos que os fungicidas são uma relevante ferramenta de controle, devendo ser definido, de acordo com a sensibilidade das cultivares à podridão de grãos e a outras doenças.

Além do uso de fungicidas no manejo da doença, os pesquisadores orientam a adoção de diferentes estratégias antirresistência. Eles defendem, por exemplo, que as informações obtidas nesses estudos ajudem a determinar programas de controle, priorizando sempre a rotação de fungicidas com diferentes modos de ação.

Avaliação de cultivares

Há cerca de um ano, a rede de avaliação de cultivares, formada por 12 institutos de pesquisa, universidades, cooperativas e fundações, busca compreender o impacto da escolha de cultivares no manejo da podridão de grãos.
A rede avaliou 54 cultivares de soja e ainda realizou experimentos em três épocas de plantio. As cultivares foram caracterizadas quanto à reação a podridão: as que apresentavam bons níveis de resistência, médios níveis e as que são suscetíveis. Com essas informações, os produtores terão ainda mais subsídios para o seu planejamento, frente ao enfrentamento do problema.

Tags: cultivaresembrapafungicidasgrãospodridãosoja

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