Belém, a vibrante capital do Pará, será o centro das atenções mundiais entre os dias 10 e 21 de novembro, ao sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
Com mais de quatro séculos de história e enraizada na cultura amazônica, a cidade representa um encontro entre passado ancestral e futuro sustentável.
Belém do Pará
Fundada oficialmente em 1616 com o nome de Nossa Senhora de Belém do Grão-Pará, a cidade nasceu em um território já habitado há milhares de anos pelos Tupinambás, povo que dominava saberes sobre a natureza, a pesca, o plantio e o manejo sustentável da floresta.
Antes de ser Belém, a região era conhecida como Mairi, um ajuntamento de comunidades que viviam entre o rio Guamá e a baía do Guajará, locais que garantiam proteção, alimento e mobilidade.
Hoje, essa conexão com a natureza permanece viva. Belém é uma das cidades mais verdes do Brasil, com ruas sombreadas por mangueiras centenárias, igarapés que cortam o território e uma população que mantém tradições de cultivo, pesca e gastronomia herdadas dos povos originários.
O açaí, a mandioca e o peixe, por exemplo, não são apenas alimentos típicos, são parte de uma cultura que valoriza o equilíbrio entre homem e floresta.

Símbolo desse encontro entre passado e presente, o Forte do Presépio, erguido por Francisco Caldeira Castelo Branco, será um dos pontos de destaque durante a COP30. De lá, visitantes poderão percorrer o Complexo Feliz Lusitânia, onde se encontram o Museu de Arte Sacra e a Catedral da Sé, seguir pelo Mercado Ver-o-Peso, um dos maiores mercados a céu aberto da América Latina, e chegar até o Boulevard da Gastronomia e a Companhia das Docas do Pará, às margens da baía do Guajará.
Esses espaços contam não apenas a história de Belém, mas também revelam sua alma: uma cidade de cores, sabores e saberes, onde o cheiro de tucupi e jambu se mistura ao som das marés e às vozes que ecoam da floresta.
Para o historiador Michel Pinho, a realização da COP30 em Belém é um símbolo potente.
“A sustentabilidade do planeta não está no futuro, ela está no passado para ensinar a gente. O habitante da floresta sempre soube que o cuidado das águas, o consumo consciente e o respeito à natureza são a base da sobrevivência”, afirma.

*Com informações da Agência Brasil







