O aumento dos casos de botulismo na Bahia em 2024 tem acendido alerta na população e nas autoridades de saúde. Até o momento, já foram notificados seis casos da doença, com duas mortes.
Dos infectados, três ainda estão hospitalizados e apenas um paciente teve alta. Os casos são dos municípios de Salvador, Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Cícero Dantas.
Possível contaminação por mortadela de frango

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a principal suspeita da infecção aconteceu por meio da ingestão de mortadela de frango contaminada.
Uma investigação apontou que quatro pessoas com casos confirmados fizeram o consumo do alimento no dia anterior do aparecimento dos sintomas. A Sesab ainda investiga se o alimento estaria contaminado.
Conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde, os alimentos com maior risco de contaminação incluem conservas vegetais, produtos cárneos cozidos (também chamados de “carne de lata”, como salsichas, presuntos e carnes fritas conservadas em gordura), pescados defumados, salgados e fermentados, além de queijos, pastas de queijos e, em casos raros, alimentos enlatados.
A coordenadora de Doenças e Agravos Transmissíveis da Sesab, Eleuzina Falcão, pede para que a população fique atenta aos sintomas e a qualidade dos alimentos.
“É fundamental também redobrar o cuidado com alimentos e bebidas. Verificar prazo de validade, selo de qualidade, lata estufada, vidros embaçados”, alerta Eleuzina.

Botulismo
O botulismo é uma doença rara e grave que provoca paralisia neuromuscular e não é contagiosa, segundo o glossário do Ministério da Saúde. Entretanto, é uma condição potencialmente fatal, podendo levar à morte por paralisia dos músculos respiratórios.
A enfermidade é causada pela toxina potente liberada pela bactéria Clostridium botulinum (C. botulinum), que pode entrar no organismo por meio de feridas ou pela ingestão de alimentos contaminados com produção e conservação inadequadas.
A notificação de casos deve ser compulsória e imediata (em até 24 horas), permitindo que as ações de vigilância sejam executadas rapidamente para evitar novos casos.
Os sintomas variam conforme o tipo de infecção, mas os mais comuns são dores de cabeça, tontura, vertigem, sonolência, visão dupla ou turva, diarreia, náuseas, vômitos e dificuldade para respirar.
Em casos mais graves, pode ocorrer paralisia descendente dos músculos respiratórios, dos braços e pernas, além de comprometimento dos nervos cranianos, prisão de ventre e infecções respiratórias.