A Embrapa disponibilizou uma nova versão do mapa de erodibilidade dos solos do Brasil, ferramenta estratégica para o enfrentamento da erosão hídrica, uma das principais causas de degradação das terras em escala mundial.
O mapeamento expressa a capacidade dos solos brasileiros de resistirem ao desgaste provocado pela água da chuva e será essencial para subsidiar políticas públicas voltadas à conservação do solo e da água, com foco no desenvolvimento rural sustentável.
Erodibilidade dos solos do Brasil

Diferentemente de outros modelos, o novo mapa considera exclusivamente características internas dos solos, como a textura, estrutura, permeabilidade, teor de carbono orgânico na camada superficial, profundidade efetiva e presença de pedras ou camadas compactadas. Fatores externos como clima, relevo e vegetação não foram incluídos na análise.
Com escala 1:500.000, o material é adequado para uso em estudos estaduais e de grandes bacias hidrográficas. Os solos foram classificados em seis categorias de erodibilidade, de muito baixa a extremamente alta, com base no índice conhecido como fator K, obtido por meio de uma avaliação semiquantitativa.
Segundo Maurício Rizzato, pesquisador da Embrapa Solos (RJ) e coordenador do trabalho, o mapa pode ser usado por pesquisadores e gestores públicos em ações que envolvam o manejo do solo.

A construção do mapa utilizou dados dos levantamentos pedológicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicados na escala 1:250.000. Foram analisadas 8.143 unidades de mapeamento de solos, com atribuição de notas de 1 a 6 para até quatro componentes de cada unidade. Esses valores indicam o grau de suscetibilidade à erosão, e a média ponderada resultou na classificação final.
Entre os destaques do novo estudo, estão as áreas com solos de alta erodibilidade identificadas no Acre e em partes do Amazonas, onde predominam solos com alta concentração de silte, um dos fatores que favorecem a erosão.
A equipe também validou os dados comparando os índices de erodibilidade com medições diretas obtidas em campo, tanto em situações de chuva natural quanto simulada. Os resultados demonstraram boa correspondência entre os dados do mapa e os valores observados.