Entre o fim de junho e o início de julho, os preços do feijão apresentaram queda, segundo o Indicador de Preços calculado em parceria pelo Cepea e pela CNA.
O recuo nas cotações reflete o avanço da colheita nas principais regiões produtoras e a menor movimentação de compras por parte dos empacotadores.
Preço do feijão

A análise destaca que o aumento da disponibilidade do grão no campo, somado à busca por renovação de estoques, tem resultado em desvalorizações, tanto para os lotes comerciais quanto para os de melhor qualidade.
Criado em outubro de 2023, o indicador considera a média dos preços praticados para o feijão preto e o carioca em estados como Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e no oeste da Bahia.
Em estados como Minas Gerais e Goiás, a colheita do feijão carioca coincidiu com um período de retração da demanda.
Já no Paraná, maior produtor nacional de feijão preto, a colheita da segunda safra está praticamente concluída, com estimativa de produção em torno de 526,6 mil toneladas, número 23% menor que o da safra anterior.
Desempenho do feijão carioca

Os feijões de melhor qualidade (nota 9) registraram queda entre 7,8% e 12% nos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo ao longo da última semana. Goiás liderou as perdas, com os menores preços do ano até agora. Já Minas e São Paulo, apesar da recente baixa, ainda mantêm valorização acumulada em 2025.
Para os feijões comerciais (notas 8 e 8,5), a presença de estoques antigos somada à chegada de novos lotes segue pressionando as cotações. A média semanal caiu cerca de 3,7% em praças do Paraná e São Paulo. Em Curitiba, a retração foi mais intensa, de 12,23%, com o preço da saca caindo de R$ 175,53 para R$ 154,07.
No Triângulo Mineiro, a queda foi de 3,2%, com a saca sendo vendida por R$ 167,50. Por outro lado, algumas regiões registraram alta, no Noroeste de Minas, os preços subiram 4,67%, e no nordeste gaúcho, 5,0%, impulsionados pela procura por grãos da nova safra.
Feijão preto mantém ritmo lento de mercado
No caso do feijão preto tipo 1, mesmo com o fim da colheita no Sul do país, a oferta ainda elevada mantém as cotações em baixa. Em Curitiba, o preço da saca caiu 1,2%, ficando em R$ 140,47. Na metade Sul do Paraná, a baixa foi de 2%, com a saca cotada a R$ 131,15. Já no oeste de Santa Catarina, os valores se mantiveram estáveis, em torno de R$ 134,25.
Segundo Tiago Pereira, assessor técnico da CNA, o cenário atual exige dos produtores maior atenção à qualidade do grão e ao planejamento das vendas.