Uma pesquisa realizada por cientistas brasileiros revelou que o fungo entomopatogênico Beauveria bassiana pode se tornar mais eficaz no combate às pragas agrícolas por meio de engenharia genética de precisão.
O estudo que é uma demonstração de conceito utilizando a tecnologia CRISPR-Cas9, mostrou que a modificação do gene Bbsmr1 aumenta a capacidade do fungo de eliminar insetos, possibilitando o desenvolvimento de bioinseticidas mais eficazes e sustentáveis.
Pragas agrícolas

Gabriel Mascarin, da Embrapa Meio Ambiente (SP), explicou que a versão inicial do fungo modificada contém um gene de resistência (geneticina), o que a torna transgênica. No entanto, as etapas seguintes da pesquisa têm o objetivo de realizar a edição genética sem a inserção de DNA de outras espécies.
Sem genes exógenos, os fungos editados serão classificados como convencionais, ou seja, não-transgênicos, o que facilitará sua aprovação para o uso como novos bioinseticidas no Brasil.
No estudo, os pesquisadores compararam duas formas do fungo: os blastosporos, células similares a leveduras e os conídios aéreos, usados na maioria dos micopesticidas comerciais.
Outra vantagem importante é a maior eficiência na produção de blastosporos, que ocorre em dois a três dias com cultivo líquido submerso, enquanto os conídios demandam mais de dez dias em cultivo sólido estático, conforme relatado pelos cientistas.
Sendo assim, as características tornam os blastosporos mais promissores para o desenvolvimento de bioinseticidas e bioacaricidas, além de possibilitar uma produção em grande escala mais competitiva.
Propriedades antifúngicas e antibacterianas

Além de auxiliar no controle de pragas, a oosporina possui propriedades antifúngicas e antibacterianas. Testes mostraram que ela pode atuar como um biofungicida contra patógenos de plantas, como o Fusarium oxysporum, causador da murcha-de-fusarium em tomateiros, o mal-do-Panamá em bananeiras e a fusariose da alface.
A tecnologia CRISPR-Cas9, empregada neste estudo, se destaca pela precisão. As análises do genoma dos mutantes confirmaram que não houve mutações fora da área alvo, garantindo a segurança do processo.