A Embrapa Semiárido (PE) desenvolveu o porta-enxerto BRS Guaraçá, um novo cultivar de goiaba resistente ao nematoide-das-galhas, o principal patógeno da goiabeira no Brasil. A tecnologia já está disponível para os produtores adquirirem as mudas através dos viveiristas credenciados pela Embrapa.
A pesquisa vem sendo desenvolvida há 10 anos e envolveu a seleção e avaliação de centenas de genótipos de goiabeiras e araçazeiros, cruzamento de plantas e melhoramento genético.
A cultivar BRS Guaraçá se mostrou altamente resistente ao nematoide-das-galhas e compatível com a maioria das variedades comerciais de goiabeira.
Com a nova tecnologia, é possível obter um excelente enraizamento do enxerto, um desenvolvimento saudável da copa e uma produção média de 40 toneladas de frutas por hectare, colhidas cerca de 30 meses após o transplante.
A adoção mais ampla do uso de porta-enxertos pode ser uma solução promissora para ajudar o Brasil a recuperar seu status de grande produtor mundial de goiaba.
Nematoide reduz produção da goiaba gradualmente
José Mauro da Silva, empresário do viveiro credenciado Sítio São João II, em Taquaritinga-SP, destaca que o BRS Guaraçá pode ser a salvação da cultura da goiabeira no Brasil.
Segundo ele, a maioria das lavouras atacadas pelo nematoide-das-galhas apresentam queda de produtividade ano após ano, mesmo com métodos paliativos.
Para os produtores que conhecem a tecnologia da Embrapa, não vale a pena esperar até que a lavoura se torne inviável para começar a plantar.
Mesmo em áreas sem relato da praga, o risco de contaminação é grande, o que torna importante o uso do BRS Guaraçá como porta-enxerto.