Para atender a demanda dos agricultores, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), encaminhou ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ofício elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) solicitando prorrogação de dez dias para a semeadura da soja no Estado, por conta da falta de chuva que afeta as principais regiões produtoras.
O calendário 2023/2024 em vigor estabeleceu o período de 25 de setembro a 31 de dezembro. No entanto, determinação do próprio Mapa já havia estendido o prazo para o dia 2 de janeiro.
Prorrogação do plantio de soja em Goiás
O objetivo é ampliar até o dia 12 de janeiro, ou seja, por mais 10 dias, a semeadura de soja em Goiás, o que ajudaria os agricultores que vêm sofrendo com condições climáticas adversas.
Com os efeitos do El Niño, que no Centro-Oeste é de seca, os produtores não conseguiram finalizar o plantio da oleaginosa e em algumas áreas onde não choveu o suficiente, foi preciso fazer o replantio da cultura.
O Mapa ainda vai avaliar o pedido de prorrogação, já que é o ministério responsável por definir o calendário de safra em território nacional.
“Queremos deixar claro ao produtor que estamos fazendo o que está ao nosso alcance para atender seus anseios. Assim que tivermos o posicionamento do Mapa vamos conferir ampla publicidade”, afirma a gerente de sanidade vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio.
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Centro-Oeste pede prorrogação
No Centro-Oeste, outro estado que já conseguiu a prorrogação é o Mato Grosso. O Ministério da Agricultura (Mapa) alterou o calendário de semeadura da soja para o Estado, passando do dia 24 de dezembro deste ano e agora os produtores terão até o dia 31 de janeiro de 2024 para finalizar o plantio, por conta da falta de chuva e atraso no plantio.
Plantio de Soja pelo Brasil
Segundo o último monitoramento das condições das lavouras, publicado no dia 18 de dezembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio da soja na safra 2023/2024 nas áreas brasileiras tinha alcançado 94,6% do total, que fica pouco atrás do que havia sido semeado neste mesmo período no ciclo 2022/2023.
Cerca de 50% das lavouras já estão em desenvolvimento vegetativo, 23,5% na fase de enchimento de grãos, outras 20% em floração e 7% em situação considerada de emergência.
Em Mato Grosso, o plantio está sendo concluído. Faltam semear as áreas de solos mais arenosos e de replantio, que representa cerca de 5% da área destinada à cultura. Em Goiás, o atual armazenamento hídrico contribui para a manutenção das condições das lavouras de regulares a boas.
Em Mato Grosso do Sul, as lavouras têm se desenvolvido bem e apresentam recuperação do deficit hídrico e das altas temperaturas. Há ocorrência de percevejo e está sendo realizadas as medidas fitossanitárias.
No Rio Grande do Sul, o clima favorável permitiu o avanço no plantio, principalmente nas áreas com melhor drenagem. Algumas áreas semeadas em condições de alta umidade no solo serão replantadas. Há ocorrência de doenças fúngicas. No Paraná, o tempo firme permitiu a realização de tratos culturais.
Nas regiões Nordeste, Médio-Norte e Norte, as lavouras exibem diversas condições de desenvolvimento, variando desde áreas em condições ruins até aquelas com bom desenvolvimento.
Na Bahia, a irregularidade das chuvas tem atrasado o plantio e já provocou um replantio superior a 10% da área. No Tocantins, o estresse hídrico tem causado abortamento de flores e queda do potencial produtivo em algumas regiões. No Maranhão, as baixas precipitações têm provocado redução de estande e o replantio tem ocorrido em diversas áreas. No Piauí, o plantio segue lento, de acordo com a ocorrência das chuvas.
Em Minas Gerais, o plantio evoluiu pouco devido à irregularidade das chuvas, principalmente no Noroeste. As altas temperaturas têm provocado encurtamento do ciclo da cultura, além do abortamento de flores e vagens.