A abertura do mercado brasileiro para a importação de bananas equatorianas tem gerado preocupação entre produtores nacionais e parlamentares ligados ao setor.
A medida, autorizada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em atendimento a decisão judicial que revoga restrições sanitárias, prevê inicialmente a entrada da fruta na forma desidratada, enquanto se conclui a análise de risco para a banana in natura.
Importação de bananas do exterior

A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) destacou que regiões tradicionais na produção da fruta, como Cajati e Vale do Ribeira, em São Paulo, podem ser duramente impactadas.
No requerimento 2.480/2025, enviado ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ela lista argumentos para resguardar a cadeia produtiva nacional.
Em vídeo publicado nas redes sociais, a parlamentar afirmou que a exportação da fruta do Equador “quebra os agricultores, além de trazer doenças para o Brasil”.
Ela também destacou que protocolou o pedido de esclarecimentos junto ao Ministério da Agricultura pois “está ao lado dos bananicultores para defender a cadeia que é tão produtiva e importante para o Brasil”.
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Entidades prevê riscos

Além da deputada, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e entidades ligadas à produção de banana se reuniram com os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para tratar dos riscos ligados à entrada da fruta equatoriana no mercado brasileiro.
O encontro foi articulado por associações como Conaban, Abanorte, Abavar e Febanana, que manifestaram preocupação com a possibilidade de disseminação do Fusarium oxysporum f. sp. cubense raça tropical 4 (TR4).
A praga, considerada quarentenária e ainda ausente no Brasil, representa ameaça significativa às lavouras, sobretudo às variedades do grupo Cavendish, como a banana nanica e a prata, amplamente consumidas no país.
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