A nova variedade de feijão-guandu da Embrapa recém-lançada no mercado promete ajudar no controle de nematoides no solo, além de ser uma alternativa nutritiva para a alimentação de bovinos durante o período de seca e eficaz na recuperação de pastagens degradadas.
Os estudos indicam que a BRS Guatã apresenta baixos índices de reprodução para os nematoides Pratylenchus brachyurus, P. zeae, Meloidogyne javanica e M. incognita, organismos que afetam principalmente a soja e a cana-de-açúcar.
Nova variedade de feijão-gandu
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A nova cultivar representa uma importante contribuição para a agropecuária brasileira, especialmente considerando o impacto dos nematoides nas principais lavouras, como soja, cana-de-açúcar e feijão, pois conforme os dados da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), esses parasitas causam perdas anuais de R$ 35 bilhões.
A cultivar BRS Guatã tem grande potencial nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, promovendo a sustentabilidade da pecuária, o aumento da saúde do solo, a redução do uso de agroquímicos e fertilizantes, e o incremento na produtividade animal.
Essa cultivar se destaca por seu ciclo vegetativo mais curto em relação a outras variedades de guandu. De acordo com o pesquisador Frederico Pina da Matta, da Embrapa Pecuária Sudeste, essa característica permite melhor aproveitamento da janela de plantio, antecipando a produção de forragem para os animais, pois ela floresce cerca de 30 dias antes do Guandu BRS Mandarim, por exemplo, e se estabelece rapidamente no campo.
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Manejo de pragas
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Considerada uma inovação para a agricultura brasileira, a cultivar oferece soluções para o manejo de pragas, a produção de alimentos e a sustentabilidade dos sistemas produtivos.
A BRS Guatã se destaca em condições desafiadoras, como as mudanças climáticas. Ela demonstrou alta tolerância ao déficit hídrico, com uma produção de três toneladas de massa seca por hectare em condições de sequeiro, um rendimento comparável ao de áreas irrigadas.
A capacidade da cultivar de se adaptar a condições de baixa disponibilidade de água faz do guandu BRS Guatã uma cultura estratégica para a agricultura e pecuária frente às mudanças climáticas, contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, especialmente na meta 12, que visa combater a crise climática.