Pesquisadores de Goiás e Mato Grosso, no âmbito do programa de melhoramento de feijão da Embrapa, identificaram quatro novas linhagens de feijão carioca que podem contribuir para o desenvolvimento de variedades mais eficientes na Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN).
Com base na Embrapa, as novas linhagens são fontes de genes que podem ser cruzadas com plantas de alta produtividade.
Novas linhagens de feijão

As linhagens selecionadas, CNFC 15086, BRS Sublime, CNFC 15010 e CNFC 15003, foram escolhidas por apresentarem alta nodulação nas raízes, uma característica crucial para a FBN.
A nodulação indica que a inoculação com rizóbios, microrganismos que fixam o nitrogênio, foi eficaz. Nos nódulos, o nitrogênio atmosférico é convertido em amônia, que a planta absorve para seu crescimento. Esse processo pode reduzir ou até eliminar a necessidade de fertilizantes nitrogenados, o que diminui os custos de produção e torna a agricultura mais sustentável.
Com base no pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Helton Pereira, a pesquisa avaliou 19 linhagens de feijão carioca e os experimentos foram realizados em cinco locais durante dois anos e três safras por anos, sendo em Anápolis e Santo Antônio de Goiás (GO), Tangará da Serra (MT), Ponta Grossa (PR) e Brasília (DF).
Os experimentos incluíram tratamentos com ureia (fertilizante nitrogenado) e com inoculação das sementes com rizóbios, utilizando dois produtos comerciais à base de Rhizobium freirei e R. tropici. As quatro linhagens mais promissoras agora serão usadas nos cruzamentos do programa de melhoramento genético.
Fixação Biológica de Nitrogênio

Embora a seja crucial para as leguminosas, ainda são poucos os estudos focados no melhoramento genético do feijão nesse aspecto.
O Brasil iniciou os estudos sobre o efeito dos rizóbios no feijão na década de 1960, mas os resultados iniciais mostraram respostas modestas no campo.
Porém, avanços significativos têm ocorrido recentemente, com a seleção de estirpes de rizóbio mais geneticamente estáveis e tolerantes a condições adversas, como altas temperaturas e solo ácido. Isso tem incentivado o programa de melhoramento do feijão a investir em cultivares que possam tirar maior proveito da FBN.