Um levantamento divulgado nesta terça-feira (20/9) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a produção de café brasileira está estimada em 50,38 milhões de sacas na safra 2022, um aumento de 5,6% em comparação com o ciclo de 2021.
Os dados apontam que houve um leve aumento da área total cultivada em comparação com a safra passada. Neste ano, a área destinada à cafeicultura nacional é de 2,24 milhões de hectares, sendo 1,84 milhão de hectares para lavouras em produção e 402 mil hectares de área em formação.
Segundo as projeções da Conab, também deve ter um crescimento na produtividade da média nacional do café, com 17,4 sacas por hectare, um crescimento de 3,7% em relação ao ano anterior.
Clima influencia na produção de café
O diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas, Sergio De Zen, explica que o clima influenciou negativamente a produtividade nos últimos ciclos. “Em 2020 o desenvolvimento da cultura foi influenciado pela falta de chuvas e no ano passado, além da estiagem, foram registradas fortes geadas em importantes regiões produtoras”.
De acordo com a superintendente de Informações da Agropecuária da Companhia, Candice Romero Santos, mesmo com a fatores climáticos, a Conab espera uma produção de 32,41 milhões de sacas do café arábica, acréscimo de 3,1% em comparação com a safra anterior.
“O crescimento é limitado pela falta de chuvas na fase reprodutiva da cultura, ainda em 2021, e pelas geadas ocorridas em junho e julho do ano passado, principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais”.
Conforme aponta a Conab, o estado mineiro é o principal produtor de café no país e foi fortemente afetado pelo clima adverso. Com isso, a produção está estimada em 22 milhões de saca, um leve recuo de 0,5% em comparação com a colheita de 2021. A maior redução ocorreu no sul do estado, com uma queda na produtividade em torno de 17,8%.
Por outro lado, a Bahia, onde o clima se apresentou mais favorável, teve um crescimento de 11% no desempenho no campo, saindo de 21,1 sacas colhidas por hectare para 23,4 sacas por ha. No Espírito Santo e Rio de Janeiro a produtividade foi ainda maior, com crescimento de 55,9% e 29,5% respectivamente.
No caso da espécie de café conilon, a Companhia projeta um novo recorde de produção, estimado em um volume próximo a 18 milhões de sacas beneficiadas do produto, acréscimo de 10,3% em relação à safra anterior.
“A tendência é que a produção do conilon continue apresentando crescimento em condições climáticas favoráveis. Há espaço para a melhora na produtividade em importantes regiões produtoras.”, ressalta o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro.
- Com informações da Conab