O sorgo é um cereal usado como base alimentar em diferentes partes do mundo. No Brasil, vem ganhando espaço no cultivo em segunda safra, como alternativa ao milho para nutrição animal. As lavouras são usadas ainda como cobertura do solo, produção de silagem e grãos.
As vantagens em comparação ao milho é que o o sorgo tem boa adaptação às condições climáticas, baixa demanda por água, tolerância à presença de alumínio em solos ácidos, cultivo mecanizado, demanda por alternativas na formulação de rações para animais e baixo custo de produção.
Há dois tipos de sorgo: o forrageiro, usado especificamente para a nutrição de bovinos, suínos e aves e a espécie granífera, que vem sendo usada na produção de silagem por elevar o valor energético do alimento.
O sorgo é um grão rico em amido e seu valor nutricional é em torno de 90% em relação ao milho.
Cultivo de sorgo como alternativa ao milho
Por ser uma cultura que é mais tolerante à seca do que o milho, os prejuízos se tornam menos frequentes, além do que o sorgo tem um custo de investimento mais barato para o produtor.
Segundo especialistas, o sorgo forrageiro quando vai ser semeado, são necessárias em torno de quatro quilos de sementes por hectare; e o sorgo granífero precisa até dez quilos por hectare.
Já para plantar o milho na mesma proporção, é preciso investir até 21 quilos de sementes por hectare.
Cuidados com a alimentação dos animais
Quando for escolher pelo sorgo, observe junto ao agrônomo, sobre a concentração de tanino na cultura, que afeta a digestão dos bovinos. E se for oferecer em forma de pastagem, os especialistas indicam evitar os brotos, que podem ser tóxicos aos bovinos, por conter ácido cianídrico, que prejudica a corrente sanguínea.
Os produtores brasileiros utilizam mais o sorgo em forma de silagem, sendo uma boa opção também para o gado leiteiro, porque o volumoso contém alto teor de fibras, assim como os grãos moídos para oferecer como ração.
Crescimento da produção de sorgo
No Brasil, a cultura do sorgo tem ganhado espaço nas últimas safras, tanto que o País é o oitavo maior produtor do mundo. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área com sorgo no Brasil saiu de 801,7 mil hectares em 2010/11, para 1,08 milhão de hectares previstos para 2022/23.
Há 10 anos, a produção do grão no Brasil era de 2,1 milhões de toneladas para 3 milhões de toneladas na safra 2022/23, crescimento de 3,4% comparado ao período anterior.
Mais de um terço da produção estimada no país para a safra 2022/2023 devem sair de Goiás. O estado deve produzir um total de 1,17 milhão de toneladas, podendo crescer quase 7%. Caso se confirme, isso deve manter Goiás como maior produtor nacional do grão. A área plantada deve ser de 384,7 mil hectares com produtividade estimada em 3,05 toneladas por hectare.