Os produtores de soja sequeiro do Tocantins suspenderam o plantio da cultura devido à instabilidade do clima que está afetando a região.
A paralisação da atividade ocorre em toda região do Matopiba, que é formada majoritariamente por áreas de cerrado, sendo composta pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Antecipação do plantio de soja sequeiro
A decisão de antecipar o plantio de soja ocorreu após a chegada da chuva no mês de setembro, que gerou expectativa aos produtores. Porém já faz duas semanas que não chove nas principais regiões produtoras do Tocantins, o que gerou prejuízos ao setor e nas plantações que foram realizadas.
Segundo o produtor Thiago Bacco, ele foi um dos afetados após a escassez da chuva. O produtor possui uma área de 3.200 hectares e havia plantado 20% de trabalho, mas precisou suspender a atividade devido à falta de chuva e ainda afirmou que será necessário fazer o replantio da soja.
“A nossa expectativa de retomada do plantio agora é a partir do dia 24 de outubro, mas dependemos exatamente das chuvas”, disse o produtor.
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De acordo com o presidente da Cooperativa Agroindustrial do Tocantins (COAPA) e do Sistema OCB/Sescoop/TO, Ricardo Khouri, o plantio da lavoura foi iniciado na primeira para a segunda semana de outubro, momento em que alguns produtores aproveitaram o bom nível de umidade faça solo para iniciar o plantio.
O meteorologista da Secretaria Estadual de Agricultura e Aquicultura do Tocantins, José Luiz Cabral, alerta ainda que os volumes das chuvas não serão em grandes detalhes e de forma aquosa nos próximos dias, mas algumas regiões deverão receber chuvas isoladas, principalmente no centro do Tocantins.
Levantamento do plantio de soja
Segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados no dia 10 de outubro, a estimativa é que deve ser plantada no Tocantins uma área de 1,4 milhão de hectares, porém até o momento apenas 8% de soja sequeiro foram semeadas e várias regiões do estado permanecem com o planejamento atrasado.
O levantamento apontou ainda uma previsão de 162,4 milhões de toneladas de soja, que se progredir, sofrerá um declínio se comparado com a safra passada.
Em contrapartida, a Companhia afirma que a safra brasileira dos demais grãos no ciclo 2023/2024 poderá chegar a uma produção de 317,5 milhões de toneladas, provocando um leve crescimento na área total semeada e podendo ultrapassar os 78 milhões de hectares.