De acordo com um levantamento feito pela Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), o trigo representa 14,23% do preço final do pão francês no estado. O estudo leva em consideração o atual valor do trigo, recebido pelo produtor gaúcho, que se encontra na média de R$ 94 por saca de 60 quilos, bem como o preço do pão francês nas padarias e varejo, em abril, encontrado em média entre R$ 12 e R$ 13 por quilo.
Ainda de acordo com o levantamento, historicamente falando, o custo do cereal não corresponde mais de 20% do preço final do pão francês. Considerando o preço atual da farinha de trigo, o percentual de participação final no custo do alimento é de 25,7%. Vale ressaltar que no preço final deve-se levar em consideração a mão de obra, gordura, fermento, energia, embalagens, tributos na cadeia, entre outros insumos, compõem a fabricação do pão.
O que dizem os especialistas sobre o assunto
Para Tarcísio Minetto, economista da FecoAgro, o impacto da inflação nos preços é sentido também no campo, pelos produtores rurais, assim como é para o consumidor. Entretanto é de suma importância que a sociedade entenda que outro fatores essenciais devem ser considerados, tais como a parcela de participação de cada insumo na composição final do preço do pão.
A FecoAgro conseguiu apurar, através de seus levantamento, que o custo de produção nas lavouras de trigo do Rio Grande do Sul tiveram um aumento de 51% no último ano, enquanto o preço comercial da saca teve um aumento de apenas 16,7% no mesmo período.
“Mesmo com elevação de custos, em 2022 a expectativa é de um aumento expressivo na área a ser cultivada com trigo no Rio Grande do Sul, contribuindo para o abastecimento e segurança alimentar e recuperação de renda perdida pela seca com o trigo no inverno”, ressaltou Minetto.