O vazio sanitário da soja começa em junho e julho, nos maiores estados produtores de soja: no Paraná iniciou neste sábado, 10 de junho; em Mato Grosso (15 de junho), em Goiás (27 de junho) e Rio Grande do Sul (13 de julho). Veja o calendário completo de todo o Brasil aqui.
Em 2021, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou a Portaria nº 388, de 31 de agosto de 2021, que estabelece o vazio sanitário como medida para o controle do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática da soja, e o calendário de semeadura, como medida fitossanitária para racionalizar o número de aplicações de fungicidas.
Vazio sanitário da soja
O vazio sanitário, de acordo com a Portaria nº 306, é o período definido e contínuo em que não se pode manter plantas vivas de soja em uma determinada área. Esse período deve ser de pelo menos, 90 dias sem a cultura e sem plantas intencionalmente no campo.
O objetivo é reduzir a população do fungo Phakopsora pachyrhizi da ferrugem asiática da soja no ambiente na entressafra e assim atrasar a ocorrência da doença na safra.
Ferrugem asiática da soja
A ferrugem asiática da soja se introduziu no Brasil em 2001, sendo a doença mais grave da cultura. Segundo levantamentos do Consórcio Antiferrugem, a doença pode levar a perdas de até 80%, se não for controlada, enquanto, os custos com o controle da ferrugem e de outras doenças para os agricultores no Brasil, excederão US$ 2 bilhões por safra.
O fungo é capaz de se adaptar às estratégias de controle, seja pela perda da sensibilidade aos fungicidas ou da “quebra” da resistência genética presente em algumas cultivares de soja, de modo que o número de soluções práticas para o controle da doença ainda é limitado.
A ferrugem asiática é uma doença agressiva que, inicialmente, causa pequenas lesões escuras nas folhas. Na parte interna da folha surgem pequenas verrugas, chamadas de urédias, local onde o fungo produz seus esporos, culminando o envelhecimento prematuro das folhas e a diminuição do peso dos grãos.
Práticas de controle da ferrugem asiática
De acordo com a pesquisadora Claudia Godoy, da Embrapa Soja, as estratégias de manejo estão centradas em práticas como: o vazio sanitário, a utilização de cultivares de ciclo precoce e semeadura no início da época recomendada como estratégia de fuga da doença, a adoção de cultivares resistentes, respeitando o calendário de semeadura e a utilização de fungicidas.