O avanço da algicultura e seu potencial para integrar soluções climáticas abriu as discussões do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) na 21ª Sessão da Conferência-Geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido), realizada de 23 a 27 de novembro, em Riade, na Arábia Saudita.
O tema foi apresentado pelo chefe da Assessoria Especial Internacional do MPA, Eduardo Sfoglia, durante painel dedicado à chamada Indústria Azul.
Avanço da algicultura

A Unido utiliza o conceito para agrupar atividades econômicas ligadas aos ambientes marinhos e continentais que contribuem para cadeias industriais mais inovadoras e sustentáveis.
A algicultura foi incluída pela COP30, realizada em Belém, como uma solução baseada na natureza dentro do eixo de Transformação da Agricultura e Sistemas Alimentares da Agenda de Ação Climática. Em um painel organizado pelo MPA durante a conferência, pesquisadores e representantes do governo discutiram a contribuição das algas para a preservação da biodiversidade, para a resiliência dos sistemas alimentares e para a manutenção de ecossistemas costeiros.
Na ocasião, o ministro André de Paula anunciou que o Brasil passou a integrar a Iniciativa Global das Nações Unidas para as Algas (UNGSI), voltada ao desenvolvimento sustentável do setor.
Potencial produtivo e climático
As algas têm alto valor nutricional e são empregadas na produção de bioinsumos, ração animal, fármacos, hidrocoloides e aditivos capazes de reduzir emissões de metano no gado. Como apresentam baixa emissão de gases de efeito estufa e elevada capacidade de absorção de carbono, cadeias produtivas baseadas em algas tendem a operar com saldo climático positivo.
Por isso, diferentes países têm adotado a algicultura como estratégia para ampliar a adaptação climática, impulsionar economias costeiras e fortalecer a segurança alimentar.

A UNGSI tem como objetivo orientar práticas sustentáveis de produção e comercialização de algas e ampliar a participação de pequenos produtores. Também atua na articulação global de pesquisas, inovação e políticas comerciais. Além do Brasil, participam Chile, França, Indonésia e Madagascar.
Coordenada pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), a iniciativa reúne ainda FAO, COI-Unesco, Unido e Pacto Global da ONU.







