O Governo de Goiás decretou situação de emergência em 25 municípios por conta da falta de chuvas, que tem impactado a produção agropecuária. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado na segunda-feira (5) e tem vigência de 180 dias.
O documento abrange os municípios: Acreúna, Amorinópolis, Araguapaz, Arenópolis, Baliza, Bom Jardim de Goiás, Britânia, Caiapônia, Diorama, Guarani de Goiás, lporá, Israelândia, lvolândia, Jaupaci, Moiporá, Montes Claros de Goiás, Mozarlândia, Nova Crixás, Palestina de Goiás, Paraúna, Piranhas, Porangatu, Quirinópolis, Santa Helena de Goiás e Turvelândia.

Situação de emergência por falta de chuvas em Goiás
O decreto considerou o registro de baixos índices de chuvas, além de condições climáticas extremas por conta do período prolongado de baixa ou nenhuma quantidade de chuva, em que a perda de umidade do solo é superior à sua reposição, conforme Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade).
Segundo o decreto, a estiagem fica classificada como de nível 2 ou de média intensidade, de acordo com portaria do Ministério do Desenvolvimento Regional. Os efeitos da decretação de situação de emergência ficam limitados aos municípios elencados e que tenham comprovação dos danos provocados pelo desastre.
A seca em Goiás está sendo provocada pelos efeitos do El Niño. Levantamento do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), aponta que o fenômeno climático teve início em junho de 2023 e, de setembro a dezembro, causou temperaturas elevadas e chuvas irregulares. A onda de calor afetou as plantações e rebanhos.
Impactos do El Niño em Goiás
Agricultura
No ano passado a produtividade da soja em Goiás, foi de 65 sacas por hectare. No cenário atual, a estimativa é de uma variação entre 50 e 55 sacas, ou seja, perda 15 a 10 sacas por hectare, principalmente nas lavouras mais precoces que sofreram com a seca nesta safra 2023/2024.
As cinco regiões do estado apresentam plantações com situações diversas: algumas colhidas, soja em situações de germinação e lavouras de safrinhas já semeadas, por conta da variação das condições climáticas.
A equipe técnica da Expedição Safra Goiás, da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás aponta perda entre 15 a 23% no total de soja colhida. Entre as regiões mais atingidas estão Sudoeste de Goiás, Vale do Araguaia e Nordeste Goiano.
No ano passado foram colhidas 17,7 milhões de toneladas de soja, mas por conta da perda produtiva, a estimativa é colher entre 13.8 a 15.2 milhões de toneladas, redução de até 3 milhões de toneladas.

Pecuária
A Faeg destaca que pecuaristas de corte e leite precisam fazer reservas de alimento para os animais por conta da seca. O cenário climático aponta para chuvas torrenciais que promovem o escoamento superficial da água no solo e reduzem a recomposição do lençol freático; prognóstico de cessar as chuvas em Goiás em março com possibilidade de pouco volume em abril e possível atraso no início da próxima estação chuvosa.
As medidas com urgência, utilizando de estratégias para produção de estoques de volumosos, destacando silagem, feno, visam evitar maiores custos e prejuízos para os produtores, bem como aumento de preços, principalmente de leite e carne para o consumidor final. Além disso, o alerta se estende a toda a sociedade para colaborar com estratégias de preservação e uso consciente da água.