A Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) é um sistema de produção agropecuária que vem crescendo no Brasil, por sua viabilidade sustentável e lucrativa. A ideia é utilizar sistemas como produção de grãos, pastagens, criação de animais e plantio florestal em uma mesma área.
A aplicação do sistema pode ser utilizado em consórcio, sucessão ou rotação de culturas, que se beneficiem e que se adaptam em propriedades de pequeno, médio e grande porte, em diferentes regiões do Brasil, independente do clima e do solo.
A adoção do sistema Lavoura-Pecuária, segundo a Embrapa, pode trazer retornos econômicos após dois anos de implantação. Já em sistemas agrossilvipastoris, que inclui além da lavoura e da criação de animais, as práticas florestais, pode dar retornos positivos em quatro a oito anos.
ILPF: Integração Lavoura-Pecuária-Floresta
Na integração lavoura-pecuária-floresta as culturas anuais de soja, milho, sorgo, feijão, arroz são geralmente plantadas nos primeiros dois anos entre as fileiras de árvores para minimizar o fluxo de caixa negativo e evitar que os animais danifiquem o componente florestal.
A partir do segundo ano, dependendo da espécie arbórea, o eucalipto, por exemplo tem ciclo curto e é mais indicado pra ILPF, que permite a obtenção de um retorno rápido no caso da venda da madeira.dá para plantar forrageiras, na etapa pecuária-silvicultura. A pastagem pode ser introduzida por meio da consorciação de culturas de grãos e gramíneas, que vai servir como pastagem para o gado depois do cultivo da lavoura.
Com a floresta plantada durante o ciclo de produção das outras culturas, aguardando o estágio de corte da madeira, o ecossistema é ideal para introduzir os animais de forma sustentável e produtiva.
“Você vai fazer a integração lavoura-pecuária-floresta, em áreas de relevo declivoso, áreas de morro, áreas que dificilmente você vai conseguir transitar uma plantadeira pra produzir soja e milho ou uma área mais arenosa, com plantio de grãos mais arriscado, uma área em que a chuva não é tão regula ou pra aquele cara que é pecuarista, porque ele precisa de sombra para o gado, pensar no bem-estar animal”, orienta Leonnardo Cruvinel, diretor técnico no Senar Goiás e doutor em agronomia.
ILP: Integração Lavoura-Pecuária
Na integração lavoura-pecuária, é comum se fazer o consórcio de lavouras anuais com pastagens e produção de palha para o plantio direto. Diversas culturas dá para trabalhar na região do Cerrado como: aveia, milheto, sorgo, milho, soja, algodão, feijão, trigo, e mais recentemente, a cana-de-açúcar, em consórcio ou em sucessão de capim, geralmente braquiária.
Essa prática aumenta a eficiência de uso dos recursos naturais com menor impacto ao meio ambiente, além de potencializar a lavoura e a pecuária, com aumento na produção de grãos e de ganho em carne e leite com custos mais baixos.
O ILP é uma opção para a recuperação de áreas degradadas, intensificando o uso da terra, recuperando a capacidade produtiva do solo e de uso da água, além de de manejo que preserve a matéria orgânica do solo, transformando em uma agricultura de baixo carbono.
A sucessão de gramíneas e leguminosas melhora a cobertura do solo e aumenta a disponibilidade de nitrogênio. Um bom exemplo seria o consórcio de milho e capim braquiária, muito utilizado em áreas mais quentes do país.
“A integração lavoura-pecuária chega a ser tão rentável que muito em breve será inviável fazer só produção de grãos, sem pensar em braquiaria em colocar pastagem no sistema”, analisa Leonnardo Cruvinel.
Vantagens dos sistemas
A adoção de ILP e ILPF se torna uma alternativa viável economicamente, favorável para o meio ambiente e acaba beneficiando a sociedade.
Com a diversidade de fontes de renda em uma mesma propriedade, o produtor consegue diminuir os riscos da atividade, pois sua rentabilidade deixa de depender de uma única opção.
Além da melhoria de renda para o produtor rural, a adoção dos sistemas integrados contribui para a redução do desmatamento, da erosão do solo e da emissão de gases de efeito estufa que afetam o clima.
Criação do Sistema
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolve pesquisas com sistemas ILPF desde a década de 1980. Hoje, mais de 20 unidades trazem algum tipo de atividade de pesquisa e transferência de tecnologia no tema, que permitiu construir um portfólio sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.