O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,25% em dezembro, resultado ligeiramente acima do observado em novembro (0,20%).
Com isso, o indicador acumulou avanço de 4,41% no fechamento do ano, sinalizando um cenário de inflação ainda pressionado, mas com movimentos relevantes para o setor agropecuário.
IPCA15

Entre os grupos pesquisados, Alimentação e bebidas, de maior peso no índice e diretamente ligado ao desempenho do campo, apresentou variação de 0,13% no mês. A alimentação no domicílio voltou a cair (-0,08%), marcando o sétimo mês consecutivo de retração nos preços médios.
O resultado reflete maior oferta e condições favoráveis de produção para alguns itens essenciais, como tomate, que recuou 14,53%, leite longa vida, com queda de 5,37%, e arroz, que teve redução de 2,37%.
Por outro lado, produtos importantes para a cadeia pecuária pressionaram o índice. As carnes subiram 1,54%, movimento que pode estar associado à demanda mais aquecida no fim de ano e aos custos ao longo da cadeia produtiva. As frutas também registraram alta (1,46%), influenciadas por questões sazonais e climáticas.
Os custos logísticos, fator sensível para o agro, também mostraram avanço. O grupo Transportes teve alta de 0,69%, impulsionada principalmente pelo aumento das passagens aéreas e pelo reajuste em combustíveis.
O etanol subiu 1,70%, enquanto a gasolina avançou 0,11%, após queda no mês anterior. Já o óleo diesel apresentou recuo de 0,38%, alívio pontual para o transporte de grãos, insumos e produtos agropecuários.
Corte regional

No recorte regional, a maior alta do IPCA-15 foi observada em Porto Alegre (0,50%), pressionada por energia e transporte, enquanto Belém apresentou deflação (-0,35%), com destaque para quedas em serviços e itens de consumo.
O resultado de dezembro indica que, apesar da inflação acumulada no ano, o agro contribuiu para conter parte da pressão inflacionária, especialmente por meio da redução nos preços de alimentos básicos. Ao mesmo tempo, combustíveis e energia seguem como variáveis decisivas para o equilíbrio de custos no campo nos próximos meses.







