A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) emitiu alerta sanitário para a região do Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (30/8), após registro de casos de raiva herbívora.
O alerta é especialmente para os municípios de Campo Novo, Redentora e Dois Irmãos das Missões. Conforme as investigações, quatro novos focos foram identificados.
Raiva Herbívora

A principal forma de transmissão da raiva para herbívoros acontece por meio da mordedura do morcego hematófogo Desmodus rotundus.
Segundo o coordenador do Programa de Controle da Raiva Herbívora, Wilson Hoffmeister, há um grande número de agressões nos amimais em localidades dos municípios identificados, mas sem o conhecimento e a identificação de refúgios.
A orientação da secretaria para os produtores rurais, é que ao localizarem novos refúgios de morcegos-vampiros, é que esses animais não sejam capturados imediatamente e por conta própria.
“Os produtores devem comunicar imediatamente a localização destes refúgios à Inspetoria ou ao Escritório de Defesa Agropecuária do seu município”, alerta.
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Geralmente alguns esconderijos que esses morcegos transmissores da raiva costumam ficar são em troncos de árvores, cavernas, fendas de rochas, furnas, túneis, casas abandonadas e entre outros.
A captura só pode ser realizada pelos Núcleos de Controle de Raiva do Estado, que é composto por uma equipe capacitada e vacinadas contra a doença. As equipes são acionadas pelas regionais da Secretaria da Agricultura sempre que houver laudo positivo para a raiva em herbívoro ou se forem identificados altos índices de mordedura em animais de produção, como bovinos, equinos, ovinos ou suínos.
Casos da doença em 2022

O Rio Grande do Sul contabilizou 109 casos de raiva herbívora somente em 2022, com distribuição em 37 munícipios do estado. O número foi maior do que o registrado em 2021, que na época foi de 48 focos em 21 municípios.
Em 2022, os laudos positivos para a raiva herbívora foram registrados em 99 bovinos, nove equinos e um ovino.
Conforme o analista ambiental André Witt, do Programa de Controle de Raiva Herbívora, o número alarmante dos focos no ano passado foi provocado pela estiagem que teve um papel importante nesse crescimento, pois gerou estresse nas colônias de morcegos, o que aumenta as agressões ao rebanho.
Além da localização dos refúgios para a identificação dos focos, outra ação para evitar os novos casos é manter a vacinação em dias e a revacinação dos animais suscetíveis.