A Rússia suspendeu, nesta quarta-feira (2), a exportação de nitrato de amônio, produto químico utilizado na agricultura como fertilizante. A informação é da agência estatal de notícias Tass.
Atualmente, a Rússia é considerada a produtora mundial de nitrato de amônio. Segundo a agência, a exportação será interrompida a partir de hoje e só deve retornar daqui dois meses.
A decisão foi tomada pelo governo com o objetivo de manter o abastecimento do mercado doméstico nesta safra, que será antecipada por causa do clima. A necessidade surgiu em várias regiões do país, em particular, nos distritos federais do Norte do Cáucaso e do Sul.
De acordo com o primeiro vice-primeiro-ministro, Andrey Belousov, a medida é temporária. “O volume restante pode ser exportado a partir do dia 2 de abril, quando as empresas russas receberão nitrato de amônio no volume necessário e a demanda por ele no mercado doméstico atingirá o pico”.
Em novembro do ano passado, a Rússia já havia anunciado que iria limitar por seis meses as exportações de fertilizantes para garantir o abastecimento interno. Os russos são responsáveis por cerca de 98% do nitrato de amônio no Brasil.
Ministra Tereza Cristina deve ir à Rússia para negociar fertilizantes
Ainda este mês o governo brasileiro deve ir à Rússia, atendendo a um convite de Vladimir Putin. Vários ministros devem acompanhar o presidente Jair Bolsonaro, entre eles a Ministra Tereza Cristina, representante da pasta da Agricultura.
Na ocasião, serão discutidos assuntos essenciais para o agronegócio brasileiro, como a questão dos fertilizantes. “Nós temos negócios, entre eles a questão de fertilizantes. E na comitiva estará Tereza Cristina, que vai tratar dessa relação comercial”, disse o presidente.
Além do nitrato de amônio, o Brasil compra da Rússia especialmente cloreto de potássio. De janeiro a setembro, a Rússia importou 2,62 milhões de toneladas de cloreto de potássio, representando 29% do total das importações portuárias nacionais.