As tarifas dos EUA anunciado pelos Estados Unidos, com alíquota adicional de 50% para produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, já preocupa diversos setores e deve impactar indiretamente a cadeia do algodão, sobretudo a indústria têxtil nacional.
A medida, imposta pelo presidente Donald Trump, ainda pode ser negociada, mas adiciona incertezas às relações comerciais entre os dois países.
Tarifas dos EUA

Em 2024, os EUA foram o quarto principal destino das exportações de têxteis do Brasil, com movimentação de US$ 68,1 milhões.
A nova tarifa ameaça esse mercado estratégico. Em nota, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) alertou que as medidas podem prejudicar significativamente a indústria nacional, mesmo sem afetar diretamente as exportações da pluma, e defendeu articulação diplomática para proteger o setor.
As tensões comerciais também refletem no mercado internacional. Em Nova York, o contrato Dez/25 do algodão fechou em 67,73 U$c/lp na última quinta-feira (10), queda de 1,1% em relação à semana anterior.

Nos Estados Unidos, o aumento do preço mínimo do algodão de 52 para 55 U$c/lp, válido a partir da safra 2026/27, tende a reduzir o interesse de venda dos produtores abaixo de 68-69 U$c/lp no ICE.
Já na China, apesar dos desafios econômicos, a demanda doméstica segue firme, impulsionada por estímulos do governo, o que sustentou os preços futuros próximos aos maiores níveis do ano na bolsa de Zhengzhou.
Apesar dessas movimentações, a demanda global por algodão continua fraca. As fiações, especialmente no Paquistão e no Vietnã, ainda não ampliaram significativamente suas compras, mantendo o mercado pressionado. Além do Brasil, os EUA também estabeleceram tarifas elevadas para países como Bangladesh, Tailândia e Coreia do Sul, com alíquotas entre 25% e 36%, patamar igual ou superior ao de abril.