Botina, batom e lida. É assim que há décadas, muitas mulheres rompem barreiras e assumem espaços no agronegócio brasileiro, em um setor tradicional pela força de trabalho masculina. Cenário que vem mudando, já que cerca de um milhão de mulheres ocupam cargos de liderança como donas, gerentes e diretoras nas propriedades rurais do país.
Número que representa 19% do total, segundo levantamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que reforça a presença feminina em 30% dos profissionais que atuam antes, dentro e fora da porteira, em empresas, indústrias e cooperativas, nos dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O Dia Internacional da Mulher é 8 março, mas no agronegócio elas têm cumprido papel essencial todos os dias, administrando mais de 30 milhões de hectares, 8,4% das áreas rurais do país, de acordo com estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Embrapa e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pesquisa realizada pelo Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), o maior evento da América Latina voltado para mulheres do agro, que em outubro de 2022, recebeu mais de 2,5 mil congressistas, apontou que os setores de maior atuação feminina no Brasil são: soja, carne, milho, leite, hortifruti, cana, café, algodão e arroz.
Mulheres do agro que investem em conhecimento
Competentes, as mulheres do agronegócio investem bastante no conhecimento. A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), traçou através de um levantamento o Perfil da Mulher do agro, notando que a maioria tinha qualidades como: escolaridade alta, independência financeira, comunicação e visão de negócios.
Elas se especializam cada vez mais e tem mente aberta às inovações. A pesquisa que entrevistou 300 mulheres gestoras de propriedades agropecuárias em diversas regiões do Brasil, mostrou que além de líderes no setor, 57% são atuantes na sociedade classista em sindicatos e associações rurais, 60% tem curso superior completo, 55% acessam internet diariamente e 88% são independentes financeiramente.
Informação que é reforçada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em que mais da metadedos alunos que fizeram os cursos da instituição são mulheres.
O setor agronegócio, nas mais diversas áreas, tem sido acolhedor com as mulheres que vão pra lida encontrar o seu espaço na pesquisa, na agricultura, na pecuária, indústria, na educação rural e nas entidades.