O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou um novo módulo do Censo Agro 2017, que detalha as principais características da produção agropecuária indígena, segundo gênero, cor ou raça dos seus produtores.
E quando falamos de estabelecimentos com produtores indígenas a participação das mulheres tem presença majoritária, chegando a 25,90%, seguido por produtores de cor ou raça preta (24,57%) e parda (21,18%). Além disso, cerca de 27,99% dos produtores indígenas tem menos de 35 anos de idade e a média de idade para este grupo é de 45,4 anos. Os brancos, por sua vez, apresentam média de 54,7, seguidos por amarelos, com 54,3 anos, pretos com 53,2 e, por fim, os pardos, com 51,7 anos.
De acordo com o Censo Agro 2017, entre os 5,1 milhões de produtores identificados, 45,43% se declararam brancos, já os que se consideram pardos foram 44,47%; os pretos, 8,37%; indígenas e amarelos, 1,12% e 0,62%, respectivamente.
Os maiores percentuais de produtores indígenas se concentram na região Norte, com 5%, seguido do Centro-Oeste, com 1,29%. Entre os estados brasileiros, Roraima registra 33,63% dos produtores indígenas, enquanto o Amazonas, 20,43%. O Amapá aparece com 10,96% dos produtores encontrados, já o Acre vem com 6,09% e o Mato Grosso do Sul, com 4,52%
Produção agropecuária indígena é familiar, diversificada e com menos agrotóxicos
Segundo a coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais, Marta Antunes, uma característica da comunidade indígena é o trabalho familiar que é dedicado, principalmente, para o autoconsumo. Além disso, nos estabelecimentos dirigidos por eles, a diversidade de produtos é o que assegura a alimentação destas famílias. Em 67,08% dos estabelecimentos agropecuários em Terras Indígenas tem como foco a produção de horticultura e o consumo próprio e de familiares.
De acordo com os dados do Censo Agro 2017, 43,24% dos estabelecimentos conduzidos por indígenas têm a produção classificada como diversificadas e muito diversificadas, enquanto aqueles estabelecimentos dirigidos pelos que se declaram amarelos, a produção se mostra mais especializada, concentrada em uma quantidade menor de produtos.
Outro dado importante é que, 88,01% dos estabelecimentos dirigidos por indígenas, não utilizam agrotóxicos. Quando considerado os negócios conduzidos pelos pretos, este número cai para 76,86%; para os pardos, 74,73%, amarelos e brancos, por sua vez, apresentam 59,56% e 55,88%, respectivamente.