A BRS Mandobi, amendoim forrageiro criado pela Embrapa, encontrou outra finalidade em Rio Branco, no Acre. A tecnologia, inicialmente, desenvolvida para alimentação do gado e melhoria da qualidade de pastagens, está sendo plantada pela prefeitura de Rio Branco em canteiros públicos e nas rotatórias do município, a fim de compor o paisagismo da cidade.
Os técnicos municipais perceberam que a cultivar, além de ser facilmente reproduzida, apresenta pequenas flores amarelas e folhas de verde intenso, que ajudam a ornamentar a cidade.
Além disso, é de fácil cultivo e resistente à variação de temperatura da região. No viveiro, a BRS Mandobi leva cerca de dez dias para estar pronta para ser transportada e plantada.
De acordo com o supervisor do Campo Experimental da Embrapa Acre, Rafael Clemêncio, a equipe do viveiro de plantas ornamentais Manoel Cavalcante, localizado no Horto Florestal de Rio Branco, visitou a Embrapa e recebeu orientações sobre o cultivo da BRS Mandobi.
“Trabalhamos com o amendoim forrageiro há algum tempo; por isso, temos experiência em campo. Além disso, foram realizadas adequações no manual de procedimentos para o plantio urbano e adaptamos para fazer uma espécie de viveiro com a prefeitura. Assim, eles podem multiplicar o material e espalhar em diversos lugares da cidade”, relata.
Após algumas mudas e as devidas orientações, o amendoim forrageiro foi multiplicado no viveiro do município, totalizando cerca de 170 mil mudas produzidas, sendo que 20 mil foram utilizadas nos canteiros e rotatórias.
O amendoim forrageiro
A Embrapa desenvolveu duas cultivares de amendoim forrageiro, a BRS Mandobi e a BRS Oquira, com o objetivo de tornar a pecuária a pasto mais sustentável.
A BRS Oquira é propagada por mudas e pode ser cultivada em vários biomas, incluindo Amazônia, Mata Atlântica e Cerrado. O desenvolvimento dessas cultivares é resultado de quinze anos de estudos no âmbito do Programa de Melhoramento Genético do Amendoim Forrageiro.
Ambas as cultivares são ricas em proteína e produzem alta quantidade de forragem, o que as torna uma opção tecnológica para intensificar a produção de carne e leite. Em cultivos irrigados e adubados, o teor de proteína bruta chega a 29%, o que garante uma alimentação de qualidade para o rebanho e melhora a produtividade animal.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa Acre, Giselle Lessa, os valores nutricionais dessas cultivares são comparáveis aos da alfafa, considerada a rainha das leguminosas.
Além disso, as cultivares têm alta capacidade para associação duradoura com gramíneas, semelhante à do trevo-branco, a leguminosa mais utilizada no mundo para formação de pastos consorciados.