O IPCA de março (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 0,56% em março, desacelerando em relação aos 1,31% observados em fevereiro.
Apesar da desaceleração geral, o setor de alimentação e bebidas foi o destaque do mês, com avanço de 1,17%, o maior entre os nove grupos pesquisados e responsável por quase metade (0,25 p.p.) da inflação do período.
IPCA de março

Com base nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento foi puxado principalmente pela alimentação no domicílio, que subiu 1,31%. Produtos diretamente ligados ao agronegócio tiveram aumentos expressivos, o tomate subiu 22,55%, o ovo de galinha 13,13% e o café moído 8,14%.
Por outro lado, houve queda nos preços do óleo de soja (-1,99%), arroz (-1,81%) e carnes (-1,60%), todos itens com forte ligação à cadeia produtiva agrícola e pecuária.
A alimentação fora do domicílio também pressionou o índice, com alta de 0,77%, acima dos 0,47% registrados no mês anterior. Destaque para o cafezinho (3,48%) e as refeições (0,86%), ambos reflexos dos custos crescentes dos insumos alimentares.

No acumulado de 12 meses, o IPCA chegou a 5,48%, ultrapassando os 5,06% dos 12 meses anteriores. No ano, a inflação está em 2,04%. Esses números mostram que, mesmo com uma desaceleração geral, o peso da alimentação, diretamente ligado ao desempenho do setor agropecuário, segue como principal fator de pressão sobre os preços ao consumidor.
Além disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com menor renda, também apresentou alta (0,51% em março), puxado por uma aceleração nos preços dos alimentos de 1,08%. Isso reforça o impacto do agronegócio no custo de vida, especialmente entre as classes mais sensíveis à variação de preços dos itens básicos da alimentação.