As exportações do agronegócio da Bahia registraram uma mudança importante em julho. A Espanha assumiu o segundo lugar entre os principais destinos dos produtos baianos, ultrapassando os Estados Unidos.
A informação consta no Relatório de Exportações do Agronegócio, divulgado recentemente pela Assessoria Econômica do Sistema Faeb/Senar.
Exportações do agronegócio

O movimento ocorre em um momento delicado do comércio internacional, após a imposição de tarifas de 50% pelo governo norte-americano sobre determinados produtos brasileiros, em vigor desde 6 de agosto.
Em junho, os Estados Unidos importaram mais de US$ 55 milhões em produtos agropecuários da Bahia, consolidando-se como o segundo maior comprador do setor, atrás apenas da China. Em julho, o volume caiu para cerca de US$ 35 milhões, enquanto a Espanha registrou US$ 36,8 milhões em importações, assumindo a posição de destaque.
Embora o relatório não relacione diretamente a queda das exportações para os EUA com a tarifa norte-americana, especialistas observam que a expectativa da medida já pode ter influenciado as negociações.
Produtos como celulose, derivados de cacau e sucos de frutas, tradicionalmente vendidos aos EUA, registraram redução nas vendas, refletindo uma retração no mercado antes mesmo da entrada em vigor das novas tarifas.
O perfil das exportações também evidencia que os produtos enviados à Espanha não correspondem aos que tiveram queda nas vendas para os EUA.

Entre os principais embarques para o país europeu estão soja em grãos (69,5%), café verde (19,6%) e mangas frescas ou secas (5,9%). Já os Estados Unidos continuam recebendo celulose (42,4%), manteiga, gordura e óleo de cacau (31,8%) e sucos de frutas (9%).
Apesar da movimentação entre Espanha e Estados Unidos, a China permanece como principal destino do agronegócio baiano, concentrando a maior fatia das exportações, especialmente de soja, celulose e produtos têxteis. De janeiro a julho de 2025, os valores comercializados com o país asiático superaram significativamente os registrados com os outros principais parceiros comerciais.