Os Estados Unidos (EUA) anunciaram nesta sexta-feira (14) a retirada de tarifas adicionais sobre uma série de produtos agrícolas importados, entre eles café, chá, frutas tropicais, sucos, cacau, especiarias, carne bovina e alguns tipos de fertilizantes.
A medida, assinada pelo presidente Donald Trump por meio de uma ordem executiva, passa a valer de forma retroativa a partir da meia-noite de quinta-feira.
A decisão reverte parte das tarifas recíprocas implementadas desde abril e ocorre em meio à pressão interna por causa do aumento persistente nos preços dos alimentos. Segundo a Casa Branca, o objetivo é garantir o abastecimento de itens considerados essenciais pelo mercado norte-americano.
O anúncio ocorre um dia após o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se reunir com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington. Segundo o chanceler brasileiro, Rubio transmitiu o interesse de Trump em fortalecer a relação bilateral.
A mudança representa um recuo na política tarifária de Trump, que defendia que as taxas de importação não contribuíam para a inflação.

Embora o governo dos EUA não tenha detalhado o percentual da redução, a ordem executiva altera as tarifas anunciadas em 2 de abril de 2025, quando foi estabelecida uma taxa global de 10% para diversos países e uma sobretaxa adicional de 40% para produtos brasileiros. À época, tarifas ainda maiores foram aplicadas à União Europeia (20%), China (34%) e Vietnã (46%).
Brasil pode ser beneficiado
A decisão pode favorecer exportadores brasileiros, mas o impacto real ainda está sendo avaliado. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informou que analisa a medida. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) também estuda se a isenção se aplica apenas à tarifa base, à adicional ou a ambas.
Em nota, o Cecafé afirmou estar em contato com representantes norte-americanos para “ter clareza sobre o cenário real” e entender como o decreto afetará o mercado do café brasileiro.
Já a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) considerou a decisão positiva. Para a entidade, a redução devolve previsibilidade ao setor e reforça a confiança no diálogo técnico entre Brasil e EUA. A Abiec destacou ainda que os Estados Unidos são hoje o segundo maior mercado da carne bovina brasileira.

Produtos brasileiros contemplados
Entre os itens exportados pelo Brasil que estão na lista de redução tarifária, destacam-se:
- Carne bovina: cortes frescos, refrigerados ou congelados;
- Café: grãos crus, torrados e derivados;
- Cacau: grãos, pasta, manteiga e pó;
- Nozes e castanhas: castanha de caju, macadâmia e coco;
- Frutas tropicais: abacate, banana, goiaba, manga, mamão e abacaxi;
- Sucos: especialmente o de laranja, além de limão e abacaxi;
- Fertilizantes: como ureia e sulfato de amônio.
*Com informações da Agência Brasil







