As exportações do agronegócio apresentaram queda em fevereiro deste ano, alcançando o valor de US$ 9,89 bilhões, o que corresponde a uma redução de 5,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram exportados US$ 10,48 bilhões.
Essa diminuição foi principalmente motivada pela diminuição no índice de quantum, que registrou uma redução de 11,7% na mesma base comparativa.
Apesar da queda, o índice de preço das exportações teve um aumento de 6,9%, o que ajudou a atenuar a redução nas vendas externas.
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Entre os produtos exportados, os três que tiveram maior redução no volume exportado foram soja em grãos (-1,07 milhão de toneladas), açúcar de cana em bruto (-615,96 mil toneladas) e trigo (-283,53 mil toneladas).
No que se refere à soja, a redução no volume exportado foi motivada pelo atraso na colheita, o que acabou impactando negativamente as vendas externas.
Em relação ao açúcar, as questões climáticas tiveram um papel crucial na redução das exportações, já que houve menor moagem da cana, afetando a produção e, consequentemente, a exportação.
No caso do trigo, a redução no volume exportado se deu em virtude da menor disponibilidade interna para exportação, que foi causada pelas preocupações com a safra da Argentina.
A carne bovina também apresentou um desempenho desfavorável nas exportações, principalmente devido à redução internacional do preço e à diminuição do volume exportado.
Um dos principais motivos para essa queda no volume foi o caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (Vaca Louca), comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal em 22 de fevereiro. Esse fato levou à suspensão temporária das exportações para a China a partir de 23 de fevereiro.
Apesar desses obstáculos, as exportações brasileiras do agronegócio alcançaram um recorde para o primeiro bimestre do ano, totalizando US$ 20,1 bilhões. É importante destacar que houve um crescimento significativo nas exportações de farelo e óleo de soja, carnes de frango e suína, milho e celulose, que alcançaram recordes de exportação.
Destaque positivo para exportações do agronegócio brasileiro
Os embarques de milho do Brasil tiveram um desempenho positivo, com mais de 2 milhões de toneladas exportadas e US$ 689 milhões em divisas, graças à alta produção nacional e baixa oferta internacional.
Com estimativa de colheita de cerca de 125 milhões de toneladas de milho, o Brasil deve liderar a exportação mundial do grão na temporada. Os principais importadores em fevereiro foram Japão, Coreia do Sul, Colômbia, Argélia e Vietnã.
Já a celulose brasileira registrou um recorde de vendas externas em fevereiro, tanto em valor quanto em volume, atingindo US$ 766 e 1,6 milhão de toneladas, respectivamente. Os principais compradores da celulose produzida no Brasil são os países como China, União Europeia e Estados Unidos.
As vendas externas do complexo soja, farelo e óleo, também tiveram desempenho positivo em fevereiro. O farelo de soja alcançou US$ 710 milhões em vendas, enquanto o óleo de soja atingiu US$ 268 milhões, mesmo com queda no preço médio de exportação. Os principais importadores foram Tailândia, Países Baixos, Polônia, França, Índia e Bangladesh.
Com relação à carne de frango, o produto brasileiro atingiu um novo recorde em fevereiro, com 372 mil toneladas e US$ 726 milhões em vendas externas. Isso se deve, em parte, ao fato de o Brasil não ter casos de gripe aviária, o que lhe permite obter um desempenho superior no mercado mundial. Os principais importadores foram China, Arábia Saudita, Japão e Emirados Árabes Unidos.